A importância do desenvolvimento de cultivares de arroz com genéticas resistentes foi abordada durante as últimas palestras proferidas no Fórum Técnico ocorrido nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, na vigésima sétima Abertura Oficial da Colheita do Arroz, na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (RS). A liderança assumida pelo Irga no mercado de cultivares do Estado na safra 2016/2017, atingindo um índice próximo a 60%, foi destacada por Rodrigo Schoenfeld, engenheiro agrônomo e Gerente da Divisão de Pesquisa do Instituto.
Na palestra “Manejo do 424 RI/CL buscando melhor qualidade na indústria e avanços na genética”, Schoenfeld afirmou que o Irga entendeu a necessidade do produtor em ter um produto com genética resistente ao arroz vermelho. A cultivar apresenta como características morfológicas e agronômicas alto potencial produtivo e capacidade de perfilhamento. Segundo o agrônomo, nesta safra a cultivar foi utilizada em 485 mil hectares, entregando entre 62% e 65% de grãos inteiros. Garantiu que quando a semeadura é feita até 15 de outubro é possível obter um índice acima de 60% de grãos inteiros, a partir desta data a qualidade diminui. Schoenfeld salientou ainda que não houve registro de Brusone nas lavouras que utilizaram a 424.
A Embrapa Clima Temperado de Pelotas (RS), em parceria com a Basf, apresentou no evento o desenvolvimento de duas cultivares de arroz irrigado. O engenheiro agrônomo Ariano Magalhães Júnior destacou que a BRS A 701 CL possui ciclo médio-curto, resistência ao acamamento, produtividade média de 8.600 quilos por hectare e rendimento médio acima de 62%. Melhor adaptada na região da Fronteira Oeste gaúcha, a cultivar tem um potencial de atingir até 10 mil quilos por hectare. Em relação às doenças, apresenta-se moderadamente resistente às principais pragas. A outra cultivar destacada foi a BRS Pampa CL que deve estar finalizada para a safra 2017. Ela se adapta ao sistema Clearfield, que evita o aparecimento do arroz-vermelho.