Diretores e coordenadores técnicos e comerciais de cooperativas associadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) estiveram reunidos em Cruz Alta (RS) para debater as perspectivas para a produção de trigo no Estado para o próximo período. Na ocasião, foi novamente reforçada a pauta que a entidade vem trabalhando juntamente com a Embrapa Trigo de criar alternativas de diversificação para a cultura de forma a reduzir custos e buscar alternativas de exportação do cereal. As cooperativas são responsáveis pelo recebimento de pelo menos 60% da safra da cultura.
Segundo o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o encontro teve por objetivo alinhar as cooperativas agropecuárias em relação ao projeto que vai para seu terceiro ano de estudos. “Foi um debate onde houve uma convergência muito forte de que devemos ter uma ideia de diversificação. É um programa em construção. Não temos uma receita pronta para apresentar, mas temos uma convicção de que algo precisa ser feito”, observou.
Para o dirigente, é necessário que se alcance uma solução para racionalizar os custos na produção de trigo, que estão muito altos e o produto precisa ter viabilidade econômica. E, em segundo lugar, se criar uma janela de exportação do cereal. “Enquanto o Brasil produz metade do trigo que consome, o Rio Grande do Sul, diferentemente do resto do país, produz o dobro do trigo que consome. Por isso vislumbramos que em algumas partes do Rio Grande do Sul se comece a cultivar um trigo com viés de exportação, com características de exportação. E as cooperativas e seus associados que vão definir esta adesão”, destacou.
A expectativa da FecoAgro/RS é de que neste ano a área se mantenha em 699,2 mil hectares, mesma perspectiva dos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que significa a manutenção do espaço para a cultura em relação ao ano passado. No entanto, Pires recordou que nos últimos quatro anos o produtor deixou de plantar 400 mil hectares de trigo no Rio Grande do Sul. “O produtor está nos mandando um recado que este modelo atual não serve. E a razão de ser das cooperativas são seus produtores”, salientou.
De acordo com os resultados do segundo ano da pesquisa de alternativas para o cereal, a variação da redução de custos verificada no estudo ficou entre 8,98% e 24,3%. No primeiro ano, a redução máxima foi de 18,7%. O projeto foi desenvolvido em campos experimentais da Coopatrigo, em São Luiz Gonzaga, da Cotricampo, em Campo Novo, da Cotrirosa, de Santa Rosa, e da Cotripal, de Panambi, além de uma área da Embrapa em Coxilha.