A experiência de buscar conhecimento em outros países faz parte da jornada de vida de muitas pessoas. No meio agrícola não é diferente. Profissionais da área vão trabalhar em outras nações para agregar experiência ao currículo. Neste sentido, a Associação Gaúcha dos Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) está oportunizando aos interessados buscarem novos horizontes de trabalho e de formação profissional na Europa.
O primeiro país a abrir as portas é a Alemanha, através de um programa de validação de estudo realizado em escolas brasileiras que ofertam cursos técnicos na área agrícola. A preferência é por cursos de técnico em paisagismo, mas as demais modalidades de técnicos agrícolas poderão ter seus estudos validados e complementados paralelamente ao trabalho nas empresas alemãs. As tarefas do paisagista variam desde o design de jardins particulares e parques públicos para a manutenção de instalações esportivas e de lazer para as tarefas de conservação da natureza e conservação da paisagem.
Segundo o presidente da Agptea, Fritz Roloff, este programa foi construído ainda no mês de dezembro do ano passado, mas em vista da pandemia sofreu uma interrupção nos trâmites. "Isto está causando grande preocupação, pois não há como fazer previsões de retomada, enquanto não houver um tratamento realmente eficaz para fazer frente às complicações que este vírus causa. Mesmo assim, já temos dois grupos formados, sendo que no segundo ainda temos vagas", declara.
Enquanto esperam, os inscritos já têm grandes expectativas sobre a experiência. Formado em Ciências Biológicas e técnico em Meio Ambiente, Rafael Pereira Fontoura se considera apto a realmente morar na Alemanha e tem a plena consciência do que significa dar este passo na sua vida. "Acredito que mudar de país e ter experiências no exterior deva ser impactante. É a oportunidade de conhecer uma nova cultura e costumes relativamente diferentes do Rio Grande do Sul, embora que em alguns municípios do nosso estado tenhamos vertentes alemãs", destaca.
Já Miguel da Rosa Baierle, formado em Agronomia, salienta que morar na Alemanha significa muito mais do que uma barreira de idioma, é a mudança para outro continente, outros hábitos, outra vida. "Talvez porque já tive amigos alemães ao longo da vida não seja assim tão chocante e também não acho que o estilo de vida alemão esteja assim tão distante do meu. Na verdade, é distante em termos que considero positivos, como as questões de segurança individual, ônibus passar no horário, os caminhões terem seus filtros de ar checados regularmente, as pessoas cumprirem com a sua palavra, e as leis parecerem estar a favor da população e não contra", pontua.
André Blank Fehlberg, bacharel em Administração de Empresas e técnico em Agropecuária, lembra que aos 22 anos de idade surgiu esta oportunidade de participar de um programa de estágio na Alemanha e não hesitou em se candidatar. “Durante um ano morei em um pequeno vilarejo no Norte da Alemanha, trabalhando com uma família de agricultores. Agora, depois de 15 anos, ressurge a oportunidade de voltar a trabalhar na Alemanha. Minha esposa e eu já estamos sonhando com esta nova chance de recomeçar nossa vida profissional naquele país. Estamos conscientes que esta oportunidade é a do tipo que se precisa estar com a bagagem pronta para quando o trem parar na estação", diz.
Entre as áreas de responsabilidade para o profissional que aderir ao programa, estão a montagem de canteiros de obras de paisagismo, execução de terraplenagem e medidas de irrigação e drenagem, fabricação de superfícies pavimentadas, fabricação de estruturas e instalações externas e criação e redesenho de jardins, jardins e canteiros privados. A previsão, conforme Roloff, é de formar um grupo de 15 pessoas por ano. "Temos certeza que esta iniciativa cria na Agptea um novo horizonte, onde se abrem portas para uma formação e qualificação cada vez mais sólidas". finaliza
Os inscritos passarão a partir de agosto por um curso de alemão online e, em dezembro, realizarão prova de língua alemã. Os interessados podem fazer contato direto com Roloff, que está coordenando este projeto, pelo e-mail agptea1@gmail.com ou pelo whatsapp (51) 99912.2474.
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