O Universo Pecuária começou como um evento em Lavras do Sul (RS) e devido a sua relevância e importância na economia se tornou um movimento, que está trabalhando na divulgação dos benefícios, não somente comerciais, que a pecuária gaúcha e brasileira trazem para a sociedade. O painel foi mediado pelo jornalista esportivo José Alberto Andrade, que é pecuarista e embaixador do Universo Pecuária, na Casa do Grupo RBS.
A frase de efeito: “Cuide do planeta. Coma carne.” Foi distribuída em adesivos para todos os presentes. “Queremos ressaltar a pecuária sustentável tanto nos moldes conservacionistas como na extensiva porque a pecuária é tida como prejudicial ao meio ambiente e sabemos que ela traz benefícios inclusive ao meio ambiente e à saúde. Com esse movimento estamos incentivando a união e conexão de todos os envolvidos como a pesquisa e o campo, o público e o privado”, comentou a coordenadora executiva do Universo Pecuária, Marcela Santana, engenheira agrônoma SIA - Serviço de Inteligência em Agronegócio.
Fernando Cardoso, Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, acrescentou que trabalhar com pecuária é algo de muita responsabilidade por ser um alimento nobre para toda a população mundial. “Estamos trabalhando em parceria com as associações de raças para ter animais cada vez mais eficientes, oferecendo uma carne com cada vez mais de qualidade. E na pesquisa, trabalhando a alimentação desses animais para emitirem cada vez menos gases", afirmou.
O professor José Fernando Piva Lobato, Consultor da Farsul, se diz um defensor do consumo da carne vermelha e informa que tem participado de congressos de medicina sobre os benefícios do produto inclusive ao coração. “A carne bovina é uma fonte proteica essencial e faz bem à saúde. E assim como temos que cuidar o que comemos, os animais também estão passando por avaliação nutricional para oferecer uma carne melhor”, acrescentou.
O Professor Doutor e Sócio-Diretor da Bio Marketing e Personalidade Agro 2023, José Luiz Tejon, colocou, por sua vez, que todas as informações divulgadas são verdadeiras, o que transforma o Brasil em um país que não sabe se vender externamente. “Fico impactado com a ignorância do brasileiro, que acredita em fake News, as divulgam e não valorizam as boas iniciativas nacionais. Temos plano carbono zero, o ABC+, o nosso modelo de produção é o que todos deveriam assumir e as pessoas não sabem ou não acreditam nisso. Somos o cisne, mas seguimos acreditando que somos o patinho feio. Temos a maior agricultura regenerativa do mundo. Por que ninguém sabe?”, provocou.
Falando de mercado, a pesquisa é essencial para promover produtos de qualidade fora do Brasil. “Eu trabalho com comércio exterior. E essa nova geração de consumidores busca uma maior diversidade de produtos. E a procedência, que antes era um diferencial, hoje é levada em consideração na hora de escolher os alimentos", opinou Luana Krieger, Responsável pela Região Sul do Projeto Agro BR.
Representando o poder público, participou do painel Fabiana Villa Alves, Diretora de Cadeias Produtivas e Agregação de Valor, do Ministério da Agricultura. Segundo ela, que durante anos trabalhou na Embrapa Gado de Corte, a pecuária durante muito tempo foi vista como a vilã do agronegócio. “Mesmo sendo muito importante para o PIB nacional levávamos pedrada de todos os lados. Mas políticas públicas como o Plano ABC+ busca responder a todas as questões de sustentabilidade, tanto as de economia verde como a sustentabilidade financeira”. O conhecimento sobre raça e corte da carne é crescente. “Anos atrás as pessoas não sabiam reconhecer um shoulder ou uma carne angus, o que está cada vez mais comum. Principalmente entre os jovens e entre as pessoas com maior poder aquisitivo.” Ainda segundo ela, a pecuária é a única atividade comercial que está presente em todos os municípios gaúchos.
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