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Cooperativismo agropecuário gaúcho deve apresentar alta no faturamento


O cooperativismo agropecuário gaúcho teve um bom desempenho neste ano na questão do faturamento das cooperativas. A informação é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). Números até o mês de setembro apresentavam uma alta de 49,2% em relação ao ano anterior, o que representa um aumento nominal nos resultados devido a este faturamento. Entretanto em relação ao percentual de resultado, este deverá apresentar um percentual menor em função dos altos custos enfrentados durante a pandemia e com a elevação generalizada dos insumos no ano de 2021 que as cooperativas usam no seu dia a dia.


De acordo com o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o ano começou com uma frustração da safra de milho, seguida de uma bela safra de soja com bons preços e uma safra de trigo com liquidez e exportações. No caso do cereal de inverno, na avaliação do dirigente, talvez este seja o melhor ano no Rio Grande do Sul até hoje e uma consagração do trabalho que a FecoAgro/RS desenvolveu com a Embrapa Trigo em 2017. "Tínhamos um recado que há cada ano o produtor vinha diminuindo sua área e ele se referia basicamente à liquidez. Fizemos este trabalho demonstrativo à campo em cinco unidades diferentes com o propósito de plantar trigo para exportação, além para a indústria moageira, precisávamos de um mercado maior", destaca.


E este ano, de acordo com Pires, o trigo terá um recorde de 3,5 milhões de toneladas, ante às 2,1 milhões de toneladas do ano passado, e a exportação nesta temporada chega a 2 milhões de toneladas já contratadas, que é a grande notícia para a safra de 2021. "Todos estão realizados com isso, o que traz uma perspectiva boa e com rentabilidade porque o custo não foi tão alto. E ano que vem temos que nos credenciar como player e dizer que o Rio Grande do Sul tem trigo de determinada qualidade e precisamos plantar para não deixar o importador na mão, pois ele vai querer comprar novamente", observa o presidente da FecoAgro/RS.


A preocupação, conforme Pires, é com a produção de milho. Devido à falta de chuvas, segundo números da Rede Técnica Cooperativa (RTC), até dia 29 de novembro a quebra projetada era de 29,2%, mas esse número, de acordo com o dirigente, deve passar de 50%. O fato, conforme cálculos da FecoAgro/RS, deve trazer uma perda econômica de R$ 2 bilhões se considerando o volume perdido e o preço pago aos produtores para as cooperativas que estava em R$ 81,00 naquele momento.


A solução, para o presidente da FecoAgro/RS, passa pela irrigação. "Temos insistido que o Rio Grande do Sul tem muita dificuldade para a produção de milho para a indústria de proteína animal, além de ser importante agronomicamente para a soja. Mas o clima traz um risco muito grande e estamos nos encaminhando para mais uma frustração. Quem vai colher milho são os que mantêm áreas irrigadas, por isso precisamos ter uma conversa com perspectivas para ver como podemos mudar essa celeridade de reservação de água no Rio Grande do Sul e aumentarmos nossa área irrigada de milho, só assim teremos estabilidade de produção", avalia.


Em relação às atividades junto às cooperativas, um dos destaques do ano foi o lançamento da plataforma SmartCoop, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento das cooperativas agropecuárias e incentivar a intercooperação. Esta inovação garantiu a primeira compra conjunta de insumos por cooperativas. Além disso, um selo de inovação foi lançado para estimular os associados a usarem a plataforma. Até o momento quatro cooperativas já chegaram no nível bronze: Cotriel, Cotrijal, Cotripal e Cotribá. “O sistema cooperativo do Rio Grande do Sul pode se orgulhar dessa iniciativa e que já tem um resultado fantástico”, salienta Pires.


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