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Escola técnica tem que preparar aluno para ser um cidadão feliz


Com palestras e discussões intercaladas por apresentações culturais de estudantes de escolas públicas gaúchas, o Primeiro Seminário de Educação Profissional do Estado organizado pela Superintendência Profissional do Estado (Suepro), foi realizado entre os dias 9 e 10 de novembro, em Porto Alegre (RS). Em seu segundo dia de atividades, o tema Educação e Trabalho como Instrumento Transformador da Sociedade foi o centro de um painel formado pelo presidente da Associação Gaúcha de Professores de Ensino Técnico Agrícola (Agptea), Fritz Roloff, juntamente com Luiz Castro do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Rio Grande do Sul (CRT-RS) e Tiago Cassol Severo do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindenergia-RS).


Fritz Roloff destacou as mudanças ocorridas nas escolas nos últimos anos. “Aquelas técnicas vistas como imprescindíveis 20 anos atrás hoje estão obsoletas, e aquele professor que detinha o conhecimento e era o centro do processo, hoje está superado”, destacou o professor. Segundo ele, as escolas de vanguarda são aquelas que se abrem ao mundo da pesquisa, em que o aluno passa a ser protagonista. Ele citou a realização da 1ª META, durante a Expointer, com apresentação de projetos de pesquisa científica.


“Acredito que temos que transformar o ensino com vistas à cidadania, aos valores humanos”, ressaltou Roloff. O presidente da Agptea disse que se deve partir da reflexão de que tipo de sociedade queremos. “Sem puxar um contra o outro, mas onde a gente possa caminhar para um mundo mais feliz”, concluiu. Fritz disse ainda que "precisamos de um indivíduo que esteja preparado para a convivência, para ser feliz e conquistar seu espaço dentro do mundo do trabalho”.


Instigado a falar sobre a formação dos professores, Fritz Roloff disse que já se chegou à conclusão de que os alunos não podem mais ser tratados como seres sem luz que a escola forma. “Quando penso em forma, penso em pão, em cuca. As formas “formam” para consumo”, afirmou o professor. Ele colocou também não gostar da expressão “mercado de trabalho”. “Para mim é um palavrão. Nós não somos mercadoria. Somos mundo do trabalho”, explicou. Roloff disse acreditar que as grandes empresas não querem mais estes profissionais ”formados”, nem alguém que tem que ser iluminado de tempos em tempos. “Querem alguém que pense”.


Sobre os professores, ressaltou que estão todos desanimados e que no ensino agrícola a maioria é formada por professores com contrato temporário, com um salário não atrativo. “A rotatividade é tão grande que não tem projeto pedagógico que se sustente”, desabafou o presidente da Agptea. Para ele, para o Rio Grande do Sul ser vanguarda na formação de recursos humanos, é preciso capacitar e bem remunerar os professores. “Professor que saia de casa bem alimentado, com dinheiro para poder ir à Feira do Livro comprar seu livro”, concluiu o gestor.


Durante o seminário, as escolas agrícolas gaúchas brindaram os participantes com o coffee break. Todo alimento servido no coffee break foi oriundo das escolas e da produção dos estudantes.

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