Recursos humanos e financeiro, readequação do curso técnico e mais prazo para debater o Novo Ensino Médio foram temas discutidos nesta quarta-feira, 12 de abril, entre o Conselho de Diretores das Escolas Técnicas Agrícolas do Rio Grande do Sul, a diretora superintendente, Tamires Fakih, e a diretora pedagógica, Raquel Padilha, da Superintendência da Educação Profissional do Estado (Suepro), além do diretor geral da Secretaria da Educação (Seduc), Paulo Burmann. O encontro aconteceu na casa da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).
O presidente da Agptea, Fritz Roloff, afirmou que foi um dia muito especial para a construção de um novo perfil para as escolas agrícolas, principalmente na questão de reorganização de seus currículos. Segundo ele, até então, essas instituições de ensino tinham informações com prazos delimitados e orientações desencontradas. “Havia uma grande confusão entre os tipos de instruções que vinham tanto da Secretaria da Educação e da Suepro quanto das coordenadorias regionais. E esta reunião serviu para que, a partir de agora, se constitua um grupo de trabalho que vai balizar e reorientar essas práxis que são tão necessárias para que a escola tenha o seu regimento e plano de curso homologados pelo Conselho Estadual de Educação”, salientou.
Roloff ainda enfatizou ser fundamental que as realidades regionais sejam respeitadas para que a escola não perca a autonomia de reconstruir os seus regimentos com base no cenário em que estão inseridas. “É no chão da escola que se sabe o que realmente é fundamental. Então, cabe ao governo as diretrizes gerais da educação, mas o fazer pedagógico deve acontecer na escola. E a reunião serviu para que justamente este entendimento também aconteça a nível de governo. Esperamos que dê frutos, que este grupo de trabalho se instale de fato e que possa obter bons resultados”, pontuou.
O presidente do Conselho de Diretores das Escolas Técnicas Agrícolas do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Cosmam, por sua vez, classificou a reunião com a Suepro e a Seduc muito produtiva. “Essa aproximação foi importante. Conseguimos mostrar as nossas angústias, as nossas demandas. Temos uma pauta muito extensa, com no mínimo 15 itens, mas definimos com o grupo das 26 escolas representadas na reunião, o Conselho de Diretores e a Agptea três itens que são considerados os mais urgentes”, informou, citando os recursos financeiros para a manutenção das escolas, “que vêm defasados aos longo ao longo dos anos”, os recursos humanos e a nova Base Nacional Curricular Comum.
Sobre a questão dos recursos humanos, Cosmam destacou que as escolas agrícolas precisam ser vistas pelas suas necessidades. “Temos alunos semi-internos ou internos que necessitam de uma alimentação completa, durante todo o dia. Portanto, precisamos de cozinheiros, monitores, técnicos agrícolas, além de plantonistas nas Unidades Educativas de Produção que funcionam durante todos os dias do ano”, explicou, observando que o Estado tem que ter um olhar diferenciado para essas escolas.
O outro tema tratado na reunião e que, conforme Cosmam, preocupa muito, é a nova Base Nacional Curricular Comum que vem sendo discutida nas escolas desde 2021. “Nós tínhamos prazos de entrega deste novo recredenciamento dos regimentos dos planos de cursos, porém existe uma distância muito grande do que está sendo proposto e do que as comunidades estão pensando”, observou. De acordo com o presidente do Conselho de Diretores, a escola é o elo da Secretaria juntamente com as coordenadorias regionais na comunidade, mas os alunos e suas famílias também têm as suas opiniões. “Em função da pandemia, não foi possível fazer esta discussão com a comunidade em 2021 e 2022, por isso, entendemos que há a necessidade de ampliar este debate com o apoio da Suepro, da Seduc, dentro do que orienta a lei, levar para o Conselho Estadual de Educação, e aí sim termos um plano de curso que atenda as necessidades dos alunos”, sinalizou, colocando que acredita na construção em conjunto e entendeu que tanto a diretora superintendente da Suepro quanto o diretor geral da Seduc estão abertos ao diálogo.
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