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Estudantes da Ufrgs irão expor búfalo pela primeira vez


Enquanto a gastronomia desperta para as propriedades da carne e do leite de búfalos, a 45ª Expointer pretende mostrar, também, o potencial do Tomilho. Neste caso, não se trata do tempero, também conhecido como poejo. É do Tomilho, o búfalo que será exposto pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) por meio do Grupo de Estudos em Bubalinos (Gebu). Esta é a primeira vez que a Ufrgs expõe um búfalo na feira desde que iniciou as pesquisas com a espécie.


A novidade só será possível porque o Tomilho faz parte de uma parceria entre a Cabanha Búfalas do Pampa, de Rosário do Sul, e a universidade. A Estação Experimental Agronômica da Ufrgs possui um rebanho experimental em Eldorado do Sul desde 2018, fruto da parceria com a Associação Sulina de Criadores de Búfalos (Ascribu). O Tomilho foi levado para a estação de monta em junho para reprodução e preparo para a exposição. “Ele é um touro de uma genética fantástica, então recebemos um presente triplo: termos esta grande contribuição genética para nosso rebanho, preparar o Tomilho para a Expointer e ele ter sido inscrito na feira tendo a Ufrgs como expositora”, comemora Vitória Leite Di Domênico, zootecnista e mestranda da universidade. Segundo ela, é uma grande oportunidade para divulgar o trabalho do Gebu e mostrar que a Ufrgs possui búfalos e que desenvolve pesquisas e trabalhos de extensão, mestrado e doutorado com estes animais.


Vitória relata que quando o touro chegou à estação experimental, ele já apresentava um temperamento muito calmo. “Ele estava à campo e não era manejado todos os dias, e nosso trabalho foi colocá-lo no buçal, amansá-lo e prepará-lo para a Expointer”, conta. Desta forma, Tomilho passou por exames de tuberculose e brucelose, exigências para ingressar no Parque de Exposições Assis Brasil e iniciou o convívio com as búfalas. “Ele passa as noites com as fêmeas, até para que possa cumprir sua função de reprodutor, e durante o dia é manejado. Usamos sempre a recompensa após o manejo e achávamos que seria complicado, mas foi o oposto”, conta a mestranda.


A genética de excelência do touro Tomilho da Ingaí provém de um criatório da cidade de Alambari, distante 150 quilômetros da capital de São Paulo. Ele nasceu em 2018 no Sítio Palmeiras da Ingaí, filho do grande reprodutor Bodoque da Ingaí. “É um dos criatórios de maior seleção genética para produção de búfalos Murrah selecionados para leite, de referência internacional, do dr. Otávio Bernardes”, explica Raphael Gonçalves, proprietário da Búfalas do Pampa e vice-presidente da Ascribu. “Nós o compramos ainda terneiro e Tomilho é um touro PO, puro de origem”, explica Gonçalves.

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