Apesar dos preços remuneratórios para o litro do leite no início de 2021, se comparado a anos anteriores, os produtores gaúchos ainda sofrem com os efeitos da estiagem do ano passado e do início deste período, que afetou especialmente a safra de milho. As perdas na cultura durante o plantio afetaram também a silagem que serve de alimento para as vacas e o criador vem registrando alta nos custos para suplementação.
Conforme o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, comparativamente a outros anos percebe-se uma coisa boa, que é a manutenção do preço do litro do leite ao produtor. “Realmente neste verão os preços não caíram tanto como de costume. Mas, como temos sempre frisado, as alterações, os sofrimentos do setor, e me refiro à estiagem que tivemos e que infelizmente vem se repetindo, tem efeitos longos, de um a dois anos, e não está sendo diferente”, observa.
O dirigente reforça que muitos produtores enfrentam dificuldades com a produção de alimentos para as vacas. “Os alimentos são fundamentais para o bem estar do animal e só assim a vaca produz leite, quando bem alimentada e com conforto. O produtor está com o dilema de colheita farta para suprir a colheita frustrada do período passado, mas está se mostrando que teremos dificuldade de silagem. Em algumas regiões está muito similar ao ano passado”, salienta.
Segundo Tang, há relatos de produtores que perderam a primeira safra e plantaram uma segunda safra e outros estão plantando agora porque não conseguiram plantar por estar muito cedo e os silos estão vazios. Com isso é necessário recorrer às compras e isto traz um custo alto para a produção. “A remuneração está razoável mas o lucro não está devido a esta dificuldade de alimentação do gado por causa da estiagem recorrente”, complementa o presidente da Gadolando.
Foto: JM Alvarenga/Divulgação
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