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Produtores rurais e autoridades da segurança debatem crimes rurais em Uruguaiana


Por quase quatro horas, lideranças da Brigada Militar, Polícia Civil e produtores rurais debateram sobre crimes rurais e ações para aumento da segurança no campo, nesta sexta-feira, 1º de julho. O encontro ocorreu em Uruguaiana, organizado pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) e Instituto Desenvolve Pecuária e foi pautado pela busca de soluções a problemas como falta de efetivo e até mesmo viaturas para as delegacias, integração entre os protagonistas, sensibilização do Judiciário à questão rural, entre outros.


A presidente da Comissão de Crimes Rurais do Instituto Desenvolve Pecuária, Antonia Scalzilli, contou que alguns produtores contabilizam o abigeato como custo fixo da produção. Segundo ela, para o enfrentamento concreto o produtor rural precisa perceber a sua força e pensar coletivamente. “A gente precisa entender que o problema em Capão do Leão é nosso problema também”, destacou a produtora. Antonia também ressaltou que é importante que o crime no campo ganhe a mesma atenção que outros. “Tudo que nos atinge hoje passa por vontade política. Assim como as mulheres ficaram vulneráveis durante a pandemia dentro de seus lares, nós estamos vulneráveis no fundo do campo, sem comunicação e estradas em péssimas condições”, lamentou. A produtora contou que se cortam a internet de sua propriedade, ela fica sem condições de se comunicar e pedir ajuda.


João Francisco Bade Wolf, presidente da Febrac, disse que se há quem roube, é porque há quem compre, indo ao encontro da fala de Antonia, de que o consumidor não se preocupa em saber a origem da carne. Ele também pediu colaboração por parte dos produtores rurais. “Temos que trazer a informação às polícias. Em muitos lugares eu vejo que tem muito roubo e pouco BO”, referindo-se ao não registro de Boletim de Ocorrência por parte das vítimas.


Titular da 4ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, o delegado Valeriano Garcia Neto, ressaltou que a importância da colaboração do homem do campo para a segurança, que passa pela subnotificação, vai além. “Após os últimos acontecimentos aqui em Uruguaiana, fizemos palmo a palmo os lugares de onde saiu o gado e eu não vi uma câmara de segurança. É preciso investir nisso, pois 52 cabeças não sobem num caminhão de uma só vez e não temos uma câmera para nos ajudar”, desabafou o policial. Ele também disse que alguns abigeatários são conhecidos e que o produtor deve buscar mais informações de quem coloca para trabalhar em sua propriedade.


Presente na cidade também para o lançamento da Operação Agro-Hórus, que intensificará ações de combate a crimes rurais transfronteiriços, o subcomandante da Brigada Militar também fez uso da palavra. O Coronel Douglas Soares disse que a estratégia será a de gestão por resultado, já aplicada em centros urbanos para redução de crimes como homicídio. “No começo do ano, apontamos a necessidade de aumentar a vigilância nas áreas de fronteira e é o que estamos fazendo com esta operação em 147 municípios, de hoje até 31 de dezembro”, destacou o oficial. Ele garantiu que vai apresentar dados durante a Expointer. O policial ressaltou que cuidar da área de fronteira é evitar a entrada de armas, drogas e proteger o produtor rural.


Também fizeram uso da palavra os prefeitos Ronnie Mello, de Uruguaiana, Márcio Amaral, de Alegrete, a delegada Patrícia Sanchotene Pacheco e o promotor da cidade Luiz Antônio Barbará Dias.


Foto: Everaldo Jacques/Divulgação

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