Brasil e Uruguai firmam convênio para fortalecer olivicultura e olivoturismo
- Nestor Tipa Júnior

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O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) e a Asociación Olivícola Uruguaya (Asolur) formalizaram nesta sexta-feira, 4 de dezembro, durante o 1º Encontro Binacional de Olivicultura do Bioma Pampa, realizado em Bagé (RS), um convênio para ampliar ações de desenvolvimento da olivicultura e do olivoturismo no Brasil e no Uruguai. A assinatura foi celebrada pelos presidentes Flávio Obino Filho, do Ibraoliva, e Gonzalo Aguirre, da Asolur.
O acordo estabelece diretrizes para a construção de propostas, planos de trabalho e termos específicos de cooperação, permitindo atuação coordenada em pesquisa, capacitação, promoção e integração institucional. Entre as prioridades estão estudos agronômicos voltados à adaptação das culturas, superação de limitações de produção e expansão do consumo de azeites extravirgens.
Obino Filho destacou que a parceria representa um avanço para toda a região. “Nós classificamos a assinatura desse convênio como um marco de integração na América Latina”, afirmou. Ele explicou que o sul do Brasil e o Uruguai compartilham características semelhantes no cultivo da oliveira e que ambos países buscam azeites de qualidade. Segundo ele, a região não trabalha com o modelo superintensivo adotado no Chile, na Argentina ou em países da Europa, enfrentando, em vez disso, desafios comuns, como a instabilidade produtiva e a umidade, apontada como um dos principais entraves. “Temos as mesmas dores, tanto os produtores do Brasil quanto os do Uruguai”, ressaltou.
O presidente do Ibraoliva também enfatizou o impacto institucional da união. Ele observou que o convênio abre caminho para ações conjuntas em pesquisa e promoção de azeites de qualidade, além de aproximar os dois países do Conselho Oleícola Internacional (COI). Obino Filho lembrou ainda que o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) já apoiou financeiramente o seminário binacional realizado em Bagé, fruto direto desse convênio. “Tanto o CAF quanto o COI veem potencial real para o crescimento da produção de oliveiras e azeites de qualidade na região e querem contribuir com projetos técnicos, de promoção e de olivoturismo”, comentou.
Aguirre, por sua vez, ressaltou a relevância estratégica do acordo para os dois países. “O convênio que estamos firmando entre a Asolur e o Ibraoliva é muito importante. Estamos marcando uma agenda estratégica para ambas instituições e para a olivicultura no Uruguai e no Brasil. Confiamos que haverá um antes e um depois”, destacou. Ele afirmou que a sinergia entre as entidades deve se refletir também na integração com a Câmara Setorial do Rio Grande do Sul e com instituições uruguaias, envolvendo universidades, ministérios, centros de pesquisa e órgãos de promoção, para construir uma olivicultura com futuro mais promissor.
O presidente da Asolur frisou ainda a importância do apoio internacional. “A presença do CAF é fundamental, porque vai nos ajudar a financiar estudos ligados à climatologia e às mudanças climáticas, temas decisivos para tornar nossa olivicultura mais eficiente”, explicou. Aguirre acrescentou que a parceria permitirá avançar em temas como controle e certificação dos azeites importados, fortalecimento de selos de qualidade e expansão do olivoturismo. Ele também agradeceu a Obino Filho pela liderança na articulação do acordo e afirmou esperar que próximos encontros possam ocorrer no Uruguai, reunindo produtores dos dois países para avançar em novos projetos conjuntos.
O convênio prevê ainda articulação com ministérios, universidades, centros de pesquisa, empresas públicas, bancos de desenvolvimento e organismos internacionais. O acordo tem vigência inicial de 24 meses, com renovação automática pelo mesmo período, salvo manifestação contrária de uma das partes.





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