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Empresários analisam Paraguai e Uruguai como destinos estratégicos para investimentos

  • Foto do escritor: Nestor Tipa Júnior
    Nestor Tipa Júnior
  • há 1 hora
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Evento em Porto Alegre abordou oportunidades no agronegócio, no mercado imobiliário e na expansão internacional (Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective)
Evento em Porto Alegre abordou oportunidades no agronegócio, no mercado imobiliário e na expansão internacional (Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective)

Empresários e investidores se reuniram nesta quarta-feira, 17 de dezembro, em Porto Alegre (RS), para discutir oportunidades de negócios no Paraguai e no Uruguai durante um evento promovido pelas empresas Frate, Agrotop e Zenka Group. O encontro ocorreu no Diamond Tower, no Barra Shopping Sul, com foco nos setores de agronegócio, mercado imobiliário, logística e estratégias de expansão internacional, reunindo especialistas com atuação prática nos dois países.


A proposta do encontro foi apresentar, de forma objetiva, os diferenciais econômicos e institucionais do Paraguai e do Uruguai em um cenário regional marcado por instabilidade. Indicadores recentes mostram que o Paraguai mantém crescimento econômico consistente, com projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 6% em 2025 e de 4,2% em 2026, inflação controlada em torno de 4% ao ano, déficit fiscal próximo de 1% do PIB e dívida pública abaixo de 40%.


Sócio das empresas Frate e Guapo, Marcio Weiler afirmou que a iniciativa surgiu de uma visão de longo prazo, construída a partir da vivência no agronegócio. “A gente acredita naquilo que defende. O nosso DNA vem do campo, de décadas no agronegócio, e foi com essa base que passamos a observar o Paraguai e o Uruguai como alternativas seguras para investir. A ideia é dividir essa leitura com pessoas que também têm uma trajetória construída na produção e no trabalho contínuo”, disse.


Weiler comparou o momento vivido pelo Paraguai ao processo de desenvolvimento observado em outras regiões produtoras do Brasil no passado. “Quando chego ao Paraguai, vejo algo muito parecido com o Mato Grosso de trinta anos atrás. Na época, aquilo era mato, hoje é uma potência. É essa percepção de futuro que queremos compartilhar, a partir de experiências reais e de uma construção feita ao longo do tempo”, observou.


Co-fundador da KPN Holding, Ignacio Gonçalves destacou o posicionamento estratégico do Paraguai dentro do Mercosul e a competitividade do ambiente de negócios. “O país está inserido em um mercado de quase trezentos milhões de habitantes, com logística favorável, energia acessível, tributação mais leve e custos operacionais competitivos. Nós já atuamos em diferentes países da América do Sul e optamos por direcionar investimentos de maior impacto ao Paraguai pelas condições que ele oferece”, ressaltou.


Gonçalves também chamou atenção para o desconhecimento que ainda existe sobre o país. “Em muitos casos, a percepção muda completamente depois de conhecer a realidade local. Hoje, é possível produzir no Paraguai, acessar outros mercados e manter rentabilidade em dólar, com estabilidade monetária e liberdade para movimentação de capital”, explicou.


Diretor da Vicentina S.A., Fernando Mietto destacou o papel central do agronegócio na economia paraguaia e as oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva. “No agronegócio, atuamos no manejo de fazendas em diferentes segmentos, como pecuária, agricultura e florestas, trabalhando com modelos ajustados ao perfil de cada investidor. A atuação envolve desde a compra e venda de propriedades até a administração das áreas e a organização de toda a cadeia de valor”, afirmou.


Segundo Mietto, o Paraguai tem papel estratégico na produção primária e nas exportações. “O agronegócio é a principal fonte de receitas do país, tanto na agricultura quanto na pecuária, com regiões produtivas bem definidas. Há também um potencial relevante de crescimento no setor florestal, impulsionado pela expansão da indústria de celulose”, completou.


Representando o Uruguai, o diretor da MegaAgro S.A., Juan Miguel Otegui, apresentou as oportunidades no agronegócio e no mercado imobiliário rural. “Atuamos em toda a cadeia do agronegócio uruguaio, desde sementes e pastagens até o uso de insumos, agroquímicos e a comercialização de gado, com vendas diretas a frigoríficos, negociações entre produtores e a realização de remates periódicos”, explicou.


De acordo com Otegui, o país também se destaca pela integração regional e pelo papel logístico. “Importamos grãos da Argentina, do Paraguai e do Brasil para abastecer operações como feedlots, tambos e sistemas intensivos, o que reforça a conexão produtiva entre os países”, afirmou.


No segmento de real estate, o diretor destacou a atuação em compra e venda de campos, arrendamentos e processos de licitação de áreas rurais. “O Uruguai tem cerca de 17,5 milhões de hectares, com aproximadamente 2 milhões de hectares destinados à agricultura, principalmente soja. Além disso, o país oferece benefícios fiscais para novos investidores que optam pela residência fiscal, com isenção de imposto sobre rendimentos e ganhos de capital do exterior por até 11 anos, desde que cumpridos os requisitos legais”, concluiu.



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