Os fenômenos climáticos extremos, como secas, estresse hídrico e chuvas fortes, devem se intensificar e se tornar mais frequentes. A previsão consta no último relatório do IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. E um dos principais problemas das mudanças climáticas para os próximos anos é a escassez de água, especialmente para a agricultura. As plantas são compostas por 80% a 95% de água, o que a torna um recurso fundamental. A água também transporta nutrientes essenciais no solo para atender às necessidades das culturas.
A Elicit Plant, empresa Agri-Biotech que atua no combate aos estresses abióticos, entre eles, o hídrico, destaca que o solo atua como uma interface para a transferência da água da chuva ou da água de irrigação, que escorre da superfície ou se infiltra nas profundezas. Coloca que o solo regula o fluxo de água entre a atmosfera, o lençol freático e outras fontes de água, e também atua como um reservatório de água. Existem três tipos diferentes de água presentes no solo, que são a água gravitacional, que fica disponível para as plantas somente por alguns dias após a chuva; a água higroscópica, que não está prontamente disponível porque é mantida adsorvida em torno das partículas mais finas do solo ou dos capilares; e a água capilar, que está mais disponível para as plantas quando a umidade do solo está entre os limites da capacidade de campo e do "ponto de murcha".
Conforme a empresa, entretanto, devido à evapotranspiração e à absorção pelas raízes das plantas, a água disponível se esgota gradualmente e se o solo não receber mais água, ele seca e acaba atingindo o "ponto de murcha permanente", que é quando as plantas sofrem estresse hídrico. Existem práticas agrícolas para manutenção da água no solo e garantir que ela esteja disponível para as raízes das plantas. Isso envolve aumentar a quantidade de matéria orgânica, o que ajuda a melhorar a porosidade do solo e a resistência à compactação, além de limitar a erosão. É preciso estar atento à compactação do solo, que afeta a disponibilidade de água, reduzindo o nível de armazenamento, e a capacidade de enraizamento das culturas.
De acordo com o contexto técnico e econômico da área do produtor, várias práticas recomendadas podem ser implementadas, como limitar a exportação de matéria orgânica por meio do gerenciamento de resíduos do cultivo anterior, cobertura vegetal e adicionar matéria orgânica ao solo sempre que possível, além de garantir a cobertura do solo entre as culturas. Para o preparo do solo, a indicação é utilizar técnicas de cultivo simplificadas e evitar arar. É necessário estar atento às condições de intervenção no campo. O produtor deve aguardar a drenagem das parcelas antes de iniciar o trabalho, escolher um trator com pneus adequados e verificar a pressão dos mesmos. Também deve prender e ajustar corretamente os implementos.
Segundo a Elicit Plant, essas práticas recomendadas incentivarão a manutenção do perfil do solo, permitindo que os decompositores de matéria orgânica façam o seu trabalho, garantindo assim um solo estável e poroso. As minhocas, consideradas os "arados" naturais do solo, estão entre esses decompositores, assim como as bactérias e os fungos. As micorrizas - associações fúngicas entre raízes de plantas e fungos benéficos - facilitam a absorção de água e nutrientes.
Também existem soluções para aplicação em plantações que são baseadas em substâncias naturalmente presentes nas plantas, permitindo que elas gerenciem melhor os seus recursos hídricos e, dessa forma, reduzam o impacto do estresse hídrico. É assim que inovadora tecnologia, baseada em fitoesteróis, foi formulada pela Elicit Plant, especificamente para adaptar a fisiologia das plantas e permitir que as culturas resistam melhor a períodos de escassez de água. Com a aplicação dessas soluções, a planta consome de 10% a 20% menos água, preservando, assim, o conteúdo de água disponível no solo por mais tempo. Como resultado, o solo e as plantas são menos afetados por períodos de escassez de água e a produtividade é preservada.
Comments