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Bubalinocultura fecha 2025 com avanços técnicos e projeções de crescimento

  • Foto do escritor: Nestor Tipa Júnior
    Nestor Tipa Júnior
  • há 2 horas
  • 3 min de leitura

ABCB destaca participação em eventos estratégicos, investimentos em registro, pesquisa científica e movimentos de mercado (Foto: Estância Guará/Divulgação)
ABCB destaca participação em eventos estratégicos, investimentos em registro, pesquisa científica e movimentos de mercado (Foto: Estância Guará/Divulgação)

A bubalinocultura brasileira viveu um ano de forte intensidade institucional, técnica, científica e comercial em 2025, com ampla participação em eventos estratégicos, investimentos em registro genealógico, formação de profissionais, avanço em pesquisas e movimentos relevantes da indústria. O balanço é da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB).


Ao longo do ano, a ABCB participou de eventos de grande visibilidade nacional, com destaque para Agrishow, em São Paulo, a MegaLeite, em Minas Gerais, e a Expointer, no Rio Grande do Sul. As feiras foram utilizadas como plataformas de promoção do búfalo e de seus derivados, reforçando o potencial produtivo da espécie e ampliando o diálogo com produtores, técnicos e consumidores.


Outro marco de 2025 foi a realização do 17º Encontro de Bubalinocultores, em Fortaleza (CE), que reuniu criadores de diferentes regiões do país. O evento teve forte caráter técnico, com ampla participação de trabalhos e palestras voltadas ao mercado, à produção e às perspectivas da bubalinocultura, consolidando o encontro como espaço de troca de conhecimento e integração do setor.


A vice-presidente da ABCB, Desireé Möller, avalia que 2025 marcou uma mudança importante na condução da entidade, com foco maior em registro e base técnica. “Foi um ano de transição e de reorganização. A nova gestão assumiu em março e, desde então, nós demos uma ênfase muito grande às áreas de registro e técnica, que são pilares para o crescimento estruturado da bubalinocultura”, observa.


Segundo Desireé, houve avanço significativo no número de animais cadastrados no programa de avaliação genética de búfalos, conduzido pela pesquisadora Gabriela Stefani, em São Paulo. “Esse programa permite avaliar a produção individual de carne ou de leite dos animais diretamente na propriedade, com dados enviados pelos próprios criadores. É uma ferramenta que possibilita comparar animais de diferentes regiões, levando em conta genética e ambiente”, explica.


O ano também foi marcado pelo fortalecimento da pesquisa científica aplicada à bubalinocultura. Em parceria com o Instituto de Zootecnia (IZ), foram desenvolvidos estudos voltados à composição genética do leite de búfala, com destaque para a pesquisa sobre a kappa-caseína, que contribui para ações de melhoramento genético e qualificação da produção no país.


Além disso, a ABCB avançou na recomposição do quadro de técnicos de registro após um período sem novas seleções, em parceria com a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC), com sete técnicos para o Sul e 12 técnicos para o Sudeste e Centro-Oeste. “Tivemos a entrada de novos técnicos nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, o que era uma demanda antiga do setor. Isso capacita o produtor a conhecer melhor o seu rebanho, entender o potencial de cada animal e ter o histórico produtivo tanto de carne quanto de leite”, ressalta a vice-presidente. A expectativa é de que as seleções cheguem às regiões Norte e Nordeste no início de 2026.


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

No campo institucional, a ABCB também ampliou sua atuação internacional. Em 2025, a entidade esteve presente no 11º Simpósio das Américas e Europa, realizado na Bolívia, que reuniu bufaleiros de diversos países. “Foi um momento muito importante de troca de experiências e de integração internacional, com participação expressiva de criadores brasileiros”, comenta Desireé.


O fortalecimento do setor também foi impulsionado por movimentos relevantes do mercado. Entre eles está o lançamento do primeiro leite em pó de leite de búfala no Brasil, desenvolvido pela Bom Destino, iniciativa que amplia as possibilidades de industrialização e diversificação de produtos derivados da espécie. Outro movimento de impacto foi a aquisição da indústria Levitare pelo grupo Tirolez, sinalizando o interesse de grandes players do setor lácteo na cadeia do leite de búfala e abrindo novas perspectivas de escala e mercado.


Para 2026, a projeção é de continuidade desse ciclo de crescimento. Entre os destaques está a realização da primeira prova de eficiência alimentar em búfalos no Brasil, que será conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. “A pesquisa segue como um fator determinante para o futuro da bubalinocultura, e essa prova vai gerar dados inéditos para o setor”, afirma Desireé.


A agenda do próximo ano também inclui a realização do 18º Encontro Brasileiro de Bubalinocultores, que será sediado em Santa Catarina, estado que retomou recentemente sua associação regional. “Santa Catarina voltou muito forte, e levar o encontro para lá é uma forma de valorizar uma região extremamente promissora para a criação de búfalos”, projeta.


Além disso, a bubalinocultura brasileira estará representada no Mundial de Criadores de Búfalos, que ocorrerá na Itália, em outubro de 2026. “Será uma grande oportunidade de conhecer a origem da mozzarella e, ao mesmo tempo, mostrar ao mundo a experiência brasileira, que é muito rica e adaptada às mais diferentes regiões”, conclui a vice-presidente da ABCB.



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