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Encontro de Professores na região Central do Estado aborda método do Pastoreio Voisin


A agropecuária rentável foi tema de palestra na tarde desta quinta-feira, dia 26 de outubro, no 38º Encontro Estadual de Professores do Ensino Agrícola no Recanto Maestro, em Restinga Sêca (RS), promovido pela Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea). Com o tema “Caminhos para uma agropecuária rentável, ecológica e de bem estar humano e animal”, foram palestrantes os engenheiros agrônomos Humberto Sório Junior e Paulo Aresi.


O primeiro a falar foi Humberto Sório que tratou sobre o Pastoreio Voisin, método criado pelo professor francês André Voisin, mostrando a importância do manejo racional na utilização das pastagens. Salientou que falam mal da pecuária, porém é a única atividade humana capaz de ser superavitária na relação captura/emissão de gases de efeito estufa. “A carne tem atributos fundamentais, quando aumenta a renda da população, o mesmo acontece imediatamente com o seu consumo. Precisamos mudar radicalmente a nossa relação ética com os animais, queremos que sejam bem tratados”, observou.


Sório colocou que, segundo pesquisadores da Costa Rica, o Pastoreio Voisin é a forma mais idônea para capturar carbono em pastagens. “Há projetos de pastoreio racional por todas as partes, muito bem planejados e conduzidos”, informou. De acordo com Sório, um bovino, em média, põe em circulação por ano 1,175 toneladas de dióxido de carbono equivalente. Com isso, em 3 anos, que é a vida média de um bovino, serão colocadas em circulação 3,525 toneladas. “As pastagens manejadas sob a égide do Pastoreio capturam de 05-10 toneladas de CO2 por hectare, pelos excrementos e a matéria orgânica que fica sobre a superfície ou são incorporados ao solo”, afirmou.


Encerrando a sua parte na palestra, Sório citou os benefícios do pastoreio racional: “incrementa o Carbono nos solos, dobra a carga animal, mantém área de bosques e protege aguadas, além de melhorar a vida dos produtores”. “Portanto, o pastoreio racional põe mais Carbono em ciclo virtuoso e passa-o da atmosfera ao solo”, concluiu.


Na sequência, o engenheiro agrônomo Paulo Aresi abordou “O que surgiu de tecnologia depois do Pastoreio Voisin”. Citou como exemplo a medição do pasto por satélite que facilitou muito o planejamento do sistema de Pastoreio Voisin. “A tecnologia também passou a ajudar na observação do comportamento animal, assim como na consolidação de projetos em grandes fazendas”, destacou.


Aresi colocou, ainda, que o Pastoreio Voisin é realizado hoje em diferentes partes do mundo, em todo o tipo de clima, solo e espécies animais. “No Brasil, tem em todas as regiões. E o Uruguai é um dos países que mais desenvolveu o Pastoreio Voisin”, observou, lembrando que existe um padrão de prestação de serviços de assessoramento técnico, assim como metodologia de formação para produtores e consultores interessados neste método.


O dia também foi das escolas técnicas agrícolas gaúchas falarem sobre as boas práticas agrícolas desenvolvidas nas instituições de ensino. A diretora Adjunta do setor Pedagógico da Superintendência da Educação Profissional, da Secretaria de Educação (Seduc/Suepro), Betina Monteiro, e a chefia de Divisão e Articulação e Relacionamento do departamento técnico da entidade, Claudia Poli, conduziram a apresentação que também contou com diversos vídeos.

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