Pecuária é apontada como aliada no enfrentamento das mudanças climáticas
- Redação AgroEffective

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A programação do Universo Pecuária – Futuro, Negócios e Sustentabilidade abriu oficialmente nesta quarta-feira, 5 de novembro, pela manhã, em Lavras do Sul (RS), com o Fórum de Pecuária Sustentável e Mudança Climática. Em sua terceira edição, o evento mostra que é possível, e necessário, conciliar a produção econômica e a responsabilidade ambiental. Lideranças e especialistas apontaram soluções e oportunidades de produção alinhadas às metas ambientais globais.
Produtor rural e presidente eleito da Farsul, Domingos Velho Lopes, ex-secretário estadual da Agricultura, abordou o tema “Oportunidades e desafios da agropecuária gaúcha no cenário global”. Segundo ele, estamos vivendo um momento oportuno e uma consolidação do que o Brasil e o estado do Rio Grande do Sul significam para o mundo em termos de técnicas avançadas de conservação ambiental no setor. O dirigente reforçou a importância de uma boa comunicação ao divulgar a pecuária como solução e as práticas adotadas. “No Universo Pecuária precisamos consolidar a forma como o mundo nos enxerga. Nos últimos 15 anos, os países abordam a importância da segurança alimentar. Logo, esta é uma grande oportunidade de mostrar nossa realidade”, diz ele.
Velho Lopes salientou que o nosso país adota modelos internacionais preconizados pela FAO e a ONU. “Precisamos divulgar aquilo que não é falado, mas que são ações eficientes dentro das porteiras. Isto de forma assertiva”. Revelou ainda que iremos nos encaminhar como um grande exportador de etanol e que em 10 anos, 1/3 da nossa produção de grãos não será utilizada para o consumo de alimentos da população e dos animais, e sim, de geração de energia, e a abertura de grandes oportunidades.
Ainda durante sua fala, o dirigente adiantou que o Brasil possui exemplos de tecnologia sustentável e costuma cumprir com a pauta de manutenção energética. O Rio Grande do Sul, por exemplo, corta em quase 27% suas emissões de gases de efeito estufa e o agronegócio lidera este percentual. O plano de agricultura de baixo carbono inclui a recuperação de pastagens degradadas, o plantio direto, sistemas integrados, florestas plantadas, sistemas irrigados, bioinsumos, tratamento de dejetos de animais e abates em terminação intensiva. “Precisamos ressaltar ainda que no Rio Grande do Sul, o poder público realiza pagamentos por serviços ambientais corretos”.

Em seguida, Davi Teixeira, consultor em agronegócios e diretor-geral do Universo Pecuária, apresentou a palestra “A pecuária como solução para as crises agrícola e climática do Rio Grande do Sul”, reforçando a importância da atividade no enfrentamento das mudanças climáticas. O especialista apresentou dados significativos, entre eles, o fato de que apenas 30% do território brasileiro ser usado para a agropecuária, sendo que o restante permanece como vegetação nativa ou área protegida. A pecuária, por sua vez, é uma das atividades econômicas que mais contribui para a conservação de ambientes naturais e da biodiversidade.
Nas palavras do especialista, os desafios externos (gestores) são o entendimento da pecuária como solução efetiva para a crise agrícola, climática e econômica; a estruturação e implementação de um programa estadual de desenvolvimento e a definição de políticas de Estado, incluindo crédito específico, segurança jurídica e apelo de órgãos ambientais. “O objetivo geral é promover o desenvolvimento sustentável da pecuária de corte do Rio Grande do Sul por meio de projetos e ações integradas para fomento, capacitação, incentivo e qualificação de todos os elos da cadeia”, diz Davi.
O fórum contou também com debate envolvendo Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, Márcio Amaral, diretor geral da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, e Daniele Furian Araldi, coordenadora técnica da Fenatrigo e professora da Universidade de Cruz Alta. Os especialistas discutiram experiências e perspectivas sobre práticas sustentáveis no setor e reforçaram a importância de pesquisas e dados atualizados e a melhor forma de ajudar na conservação de diferentes biomas. “Precisamos pensar também em investimentos de políticas públicas e na inclusão de demandas de todos os produtores, em especial os pequenos”, aconselhou Ana Doralina.
O Universo Pecuária é uma realização do Sindicato Rural de Lavras do Sul, com correalização de Cotrisul, Farsul, Senar, Sebrae e Prefeitura Municipal de Lavras do Sul, projeto e execução da SIA, e patrocínio de CEEE Equatorial, Banrisul, Sicredi, BRDE, Badesul e Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte de Lavras do Sul.






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