Planejamento e profissionalização são chaves da pecuária rentável
- Tamires de Moraes

- há 11 minutos
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O Seminário de Gestão no Agronegócio, realizado nesta quarta-feira, 5 de novembro, na Arena do Conhecimento do Universo Pecuária, em Lavras do Sul (RS), discutiu os principais pontos de atenção que o pecuarista deve observar na administração da propriedade e nos investimentos em gado de corte, buscando maior rentabilidade e sustentabilidade. O evento, que teve a moderação do diretor técnico do Senar do Rio Grande do Sul, Cláudio Rocha, destacou ainda a importância da participação de toda a família no trabalho rural, transformando a propriedade em um projeto de sucessão familiar, e não apenas em uma herança.
O primeiro palestrante foi o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, que apresentou uma análise sobre o mercado da carne bovina. Ele abordou a produção mundial, o ciclo de crescimento do setor e destacou o desempenho do Brasil, que se mantém como o maior exportador global, com 3,75 milhões de toneladas de carne bovina. Mesmo diante do chamado “tarifaço”, Antônio ressaltou que o país continuará à frente de concorrentes como Austrália e Nova Zelândia. Segundo ele, é fundamental ter estratégias de comercialização adequadas: “Estamos passando por um momento bom, e é bem provável que melhore um pouco mais. Só que são as decisões tomadas nesses períodos que determinam como vamos atravessar os momentos difíceis lá na frente. Quis trazer uma mensagem sobre ciclo, aproveitamento e quais posturas devemos adotar neste momento, no que precisamos melhorar”.
Em seguida, o zootecnista e superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS), Eduardo Condorelli, ministrou a palestra “A Gestão Profissional dos Negócios Rurais”. Ele destacou a importância de uma administração organizada para o avanço das propriedades rurais, abordando aspectos financeiros, trabalhistas, tributários, fundiários, cadastrais, ambientais e de mercado. Condorelli reforçou que essas atividades devem envolver toda a família, com cada membro responsável por uma área, preparando-se para a futura sucessão dos negócios.
Segundo ele, o esforço de crescimento na agricultura e na pecuária, e a busca por eficiência, sozinhos não bastam para manter a atividade. “Hoje, no século XXI, isso é insuficiente. Precisamos nos especializar cada vez mais na administração dos nossos negócios. Em meio a tantas formalidades e até burocracias fora da porteira, é na gestão dos recursos financeiros que reside um grande tendão de Aquiles dos negócios rurais no Brasil, aliás, de todos os negócios do país”, observou.
Encerrando o seminário, o diretor-executivo da SIA, Bruno Quadros, apresentou a palestra “A Pecuária como Lavoura: Uma Visão do Futuro”. Ele discutiu o perfil do pecuarista gaúcho e defendeu que uma pecuária bem conduzida pode ser mais lucrativa que a agricultura, ao aplicar conceitos técnicos e de gestão semelhantes aos utilizados nas lavouras, o conceito de "Lavoura de carne”.
O diretor da SIA explicou que a ideia é fazer com que a pecuária seja encarada como uma lavoura. “Os processos aplicados na produção de arroz ou soja precisam ser trazidos para a pecuária. No nosso entendimento, isso é fundamental para que a atividade dê um salto em produtividade e rentabilidade, tornando-se atrativa para compor junto com a agricultura, e não como atividade concorrente”, frisou Quadros.
O Universo Pecuária é uma realização do Sindicato Rural de Lavras do Sul, com correalização de Cotrisul, Farsul, Senar, Sebrae e Prefeitura Municipal de Lavras do Sul, projeto e execução da SIA, e patrocínio de CEEE Equatorial, Banrisul, Sicredi, BRDE, Badesul e Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte de Lavras do Sul.






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