Com a colheita do arroz praticamente encerrada no Rio Grande do Sul, as atenções dos produtores agora se voltam para a comercialização do grão. Apesar das graves dificuldades no crédito, tanto para a indústria como setor primário, os principais fundamentos do mercado seguem inalterados, como dólar valorizado, baixos estoques brasileiros e adequados no Mercosul. Conforme o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, a produção gaúcha está superando as expectativas, mas com volume condizente à demanda. Um dos diferenciais do produto da atual safra está sendo a qualidade, grãos inteiros e demais aspectos.
Muito embora observada boa movimentação no Porto de Rio Grande, o resultado das exportações para o mês de abril ficaram abaixo do esperado, aproximadamente 50 mil toneladas base casca. Mas para o dirigente, este resultado é meramente contábil. "Os embarques realizados em abril e não considerados certamente tornarão o volume do mês de maio maior, possivelmente melhorando o saldo da balança comercial no período, que é superior a 2014. Este cenário vem demonstrando que a falta do terminal da Cesa no Porto de Rio Grande por hora não tem atrapalhado os embarques de arroz, mesmo com uma super safra de soja. Isto demonstra que os terminais da CCGL, Termasa e Tergrasa, e Bianchini consideram o arroz uma importante commoditie”, salienta.
Para Dornelles, a situação remete à reflexão que os principais fundamentos de mercado são muito sólidos e que o enfraquecimento das cotações no Rio Grande do Sul, que estão em R$ 35,36 a saca de 50 quilos, podem estar refletindo movimento específico de alguma região e certamente é devido a falta de crédito que atinge todo o país.