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  • Simvet/RS

Terapias complementares ajudam no tratamento dos pets


Os pets também contam com terapias complementares para a prevenção e tratamento de doenças. A homeopatia e a acupuntura, por exemplo, ajudam a solucionar problemas de saúde. As sistemáticas são parecidas com as aplicadas em seres humanos. Os benefícios aparecem com uma expressiva melhora da imunidade, garantindo assim qualidade de vida aos animais.

A homeopatia é utilizada no Brasil há mais de 60 anos como terapia complementar para o tratamento de doenças em pets. Em 1942, foi publicado o Guia Prático da Veterinária Homeophatica ou Tratamento homeopático de todas as moléstias dos animais domésticos pelo doutor Nilo Cairo. Na década de 50, o médico veterinário Cláudio Real iniciou seus estudos na França e se tornou o primeiro veterinário homeopata no Brasil. Em 2000, a homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária como a primeira especialidade médica-veterinária. O tratamento homeopático para os pets é bem aceito pois não há risco de intoxicação ou efeitos colaterais graves. Todos os animais que apresentam problemas de saúde podem ser tratados com a homeopatia, tanto na prevenção, como para aliviar dores e também garantir qualidade de vida. A secretária do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), a médica veterinária Eliane Goepfert, salienta que todos podem ser tratados, porque na homeopatia não existem doenças e sim doentes. “Cada um demonstra isto da sua maneira através dos sintomas, que para nós homeopatas são os indicadores do remédio a ser receitado. Existem pacientes incuráveis também para a homeopatia, mas mesmo para estes podemos oferecer boa qualidade de vida”, garante. O tratamento homeopático começa com uma consulta que tem duração em torno de 60 minutos, onde é feito o exame clínico e a repertorização (busca) dos sintomas, para chegar ao medicamento a ser utilizado pelo paciente. Pode ser ministrada uma dose única do remédio ou repeti-lo diariamente. Os medicamentos homeopáticos podem ser aviados em glóbulos, solução hidroalcoolica, papel (pó de lactose), solução glicerinada ou água. A duração do tratamento com homeopatia depende do caso. A cura em animais mais jovens com doença aguda ocorre em poucos dias ou até mesmo em horas. Os que apresentarem doenças crônicas e/ou debilitados necessitam de mais tempo. “Todos podem ser curados com homeopatia, mas cada caso é um caso, não existe receita de bolo", enfatiza a médica veterinária. Segundo Eliane, ainda é pequeno o número de homeopatas veterinários, mas a prática é bem vista pelas entidades de classe, como o Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS). Observa que a Liga Homeopática do Estado presta atendimento veterinário em Porto Alegre. Outra terapia complementar para a saúde dos pets é a acupuntura. Trata-se de uma técnica milenar originária da China que utiliza pontos na pele que quando estimulados por uma agulha irão atuar a nível local e sistêmico na promoção do reequilíbrio energético daquele indivíduo, através do desbloqueio da energia Qi. Os primeiros animais tratados no Brasil que se tem registro datam da década de 80, onde o professor Tetsuo Inada, da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), usava a técnica e ensinou para um grupo de alunos que hoje são os principais professores nos cursos de especialização em acupuntura veterinária. Conforme a médica veterinária Daniela Lewgoy, a acupuntura tem efeito analgésico, antiinflamatório, broncodilatador, além de regular a pressão arterial e a secreção hormonal, melhorando a imunidade. A técnica regula o funcionamento do organismo. A acupuntura pode ser usada para tratar tanto glaucoma, como dermatite atópica, asma, artrose e diabetes, e em cada caso o modo de ação vai ser distinto. Daniela reforça que a acupuntura, diferente da medicina alopática, não trata doenças, trata doentes. Quando a técnica foi criada há mais de sei mil anos, foi observado que a mesma doença em diferentes pessoas, se comportava de modo distinto, e que por essa característica o tratamento não poderia ser padrão. Por exemplo, uma gripe pode provocar sintomas diferentes nos indivíduos. Em uma determinada pessoa pode se caracterizar por febre alta, calafrios e secreção nasal amarelada, e em outra o mesmo vírus vai provocar apenas coriza e espirros esporádicos. “Não existiam informações sobre fisiologia, patologia, anatomia, microbiologia, etc. Então eles correlacionaram as doenças com fatores climáticos e desequilíbrios na energia vital do organismo”, explica Daniela. A acupuntura pode ser usada em toda e qualquer doença, como tratamento principal ou complementar. Daniela observa que é preciso ter em mente o tipo de doença que o animal apresenta. “Uma otite bacteriana, por exemplo, deve ser tratada com antibióticos. Mas não impede do animal fazer um tratamento com acupuntura para aliviar o desconforto, a inflamação local e melhorar sua imunidade a fim de não ter recidivas”, garante. A duração do tratamento é variável. Dependendo da enfermidade e da cronicidade, têm animais que fazem poucas sessões, outros que precisam para o resto da vida. As sessões duram, em média, 20 minutos, mas não é regra. Em idosos dura menos tempo, já em casos de dor mais tempo. Em animais debilitados a sessão é mais rápida, no entanto, em animais com dor pode durar mais tempo. O tratamento é individual e não deve ser padronizado, deve seguir as necessidades do paciente, naquele espaço de tempo. “Por isso que no mesmo animal uma sessão pode durar cinco ou dez minutos e na semana seguinte, 40 minutos. Tudo depende de como o paciente está naquele dia”, enfatiza Daniela. A técnica é realizada com a introdução de agulhas de inox maciças e extremamente finas na pele, em zonas específicas conhecidas como acupontos ou pontos de acupuntura. Essa região da pele tem características distintas que permitem que o estímulo gerado tenha uma ação local mais rápida e estimule a liberação de neurotransmissores, hormônios, opioides endógenos e neuromoduladores que farão o efeito à distância da acupuntura. “É uma técnica indolor, segura, sem efeitos colaterais, com poucas contra-indicações, e bem aceita pela maioria dos pacientes, garante a médica veterinária. A acupuntura está cada dia mais procurada e indicada pelos médicos veterinários, principalmente pela sua eficácia em patologias neurológicas e ortopédicas. Segundo Daniela, em geral o paciente de acupuntura é um paciente crônico, complicado e que já passou por, no mínimo, quatro profissionais antes de chegar na acupuntura. “Na grande maioria não apresentam apenas uma patologia, mas várias, por isso sempre é um desafio”, garante.

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