Durante encontro nesta quinta-feira, 9 de março, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, e o diretor Comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata, relataram ao embaixador do México no Brasil, ministro Eleazar Velasco Navarro, os entraves nas negociações do arroz brasileiro para o país da América do Norte.
Conforme Barata, as negociações iniciaram há dois anos, durante o Rice Market & Technology Convention, em Cancún, e o Brasil já encaminhou todos os pedidos e documentações para dar início aos trâmites para as exportações, entretanto a medida ainda está parada no Ministério da Agricultura mexicano. "Os operadores do México querem comprar o arroz brasileiro. Não sabemos o que está emperrando o acordo ainda", informa.
Uma das proposições que podem entrar na contrapartida é a transferência de tecnologia na área do arroz para os mexicanos que, conforme o dirigente do Irga, no último ano já houve a entrada de sementes brasileiras no México. De acordo com o vice-presidente da Federarroz, o Brasil tem capacidade para contribuir com esta tecnificação. "Toda a tecnologia de sementes do arroz brasileiro é feita pelo Irga, que é reconhecido pela sua credibilidade em pesquisa e extensão", ressalta Velho.
Em resposta aos dirigentes arrozeiros, Navarro se comprometeu a levar a frente a reivindicação do setor para abrir o mercado mexicano ao produto brasileiro. Pediu que fosse encaminhado um ofício pontuando quais são as dificuldades e que irá interceder junto ao Ministério da Agricultura do México para saber qual é a situação do momento e porque não houve avanços ainda. "Esperamos logo poder estar importando o arroz brasileiro", respondeu o embaixador.
Em 2015, segundo dados do Comité Nacional Sistema Producto Arroz del Mexico, os mexicanos colheram 158,35 mil toneladas de arroz, queda de 80,4% em 30 anos. Em 1985, a produção do país era de 807 mil toneladas. Enquanto isso, no mesmo período, o consumo cresceu de 850 mil para 1,1 milhão de toneladas.