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Especialista estima crescimento entre 7% e 12% no preço do boi gordo


A plataforma de comercialização Negócio Fechado realizou nesta segunda-feira, primeiro de novembro, mais uma palestra dentro do ciclo de painéis virtuais sobre temas relacionados à pecuária de corte. Com o tema “E agora, o preço do boi afunda ou não?”, o professor Júlio Barcellos, coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), falou sobre mercado e expectativas para o setor.


Conforme o palestrante, para responder a esta pergunta é preciso saber quais os elementos mais significativos que determinam o preço do boi gordo. Citou variáveis como clima, crise sanitária do rebanho, poder econômico, comportamento do consumidor e logística de abastecimento. Salientou que para projetar o preço do boi gordo no Rio Grande do Sul para os próximos 45 dias se baseou em dados reais e em alguns elementos que permitiram construir um modelo de cálculo.


Barcellos lembrou que, normalmente, até o final do mês de outubro há uma queda no preço do boi gordo aqui no Estado, mas depois lentamente começa a se recuperar. “Quando avaliamos os últimos três anos, trimestre por trimestre, percebemos que o último trimestre do ano tem sido o período de maior abate de gado. Agora, em dezembro, nós vamos descobrir se este ano também será assim”, afirmou, destacando que isto ocorre porque é o maior período de demanda de carnes no Brasil.


Segundo o professor, na semana passada a estimativa de preço para o boi gordo levava em conta um aumento no consumo de carne no Estado de 18%, mas com a redução de valor no auxílio emergencial do governo federal este percentual foi ajustado para em torno de 15% a 16%. “E para abastecer o Estado serão necessários de hoje até o final do ano 530 mil bois, mas a oferta atualmente é de 520 mil cabeças, o que faz a balança de mercado pender para a demanda”, informou.


Barcellos ressaltou, portanto, que o preço do quilo do boi gordo deverá crescer de 7% a 12%. “A previsão é de um valor para este início de novembro entre R$10,20 o quilo e R$10,90 o quilo. Para primeiro de dezembro de R$ 11,12 o quilo, e para 15 de dezembro de R$ 12,03 o quilo. Depois começa a cair levemente, mas deve chegar na primeira semana de janeiro de 2022 num patamar razoável”, estimou.


De acordo com o palestrante, esta previsão tem 80% de margem de segurança e 20% de margem de erro. Barcellos salientou, ainda, que mesmo com a arroba no Brasil Central despencando, “o preço do boi gordo no Rio Grande do Sul não afunda”.


Foto: Paulo Renato Pinheiro/Divulgação

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