Foi por volta das 10h30min deste sábado, 7 de fevereiro, que a colheitadeira começou a andar pela lavoura de um hectare e meio de arroz implantada no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Tapes (RS) e abriu oficialmente a colheita do grão no Rio Grande do Sul. O ato simbólico, repetido pela vigésima-quinta vez, contou com a presença de autoridades, entre elas o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Cerca de 5 mil pessoas acompanharam o tradicional momento para o setor arrozeiro. Ao lado do governador estiveram na colheitadeira a senadora Ana Amélia Lemos, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Edson Brum, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, e o secretário interino de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araújo. Após o ato simbólico, as autoridades discursaram ao público presente no evento. Abrindo os trabalhos, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, lembrou que o estado produz mais de 65% do arroz de todo o país e do papel que o setor tem para a segurança alimentar. Por isso, enfatiza que é preciso trabalhar para combater os problemas da cadeia produtiva, especialmente os custos de produção, tema que foi o norte do evento deste ano. "Perseguimos insistentemente a produtividade. Mas diante do tarifaço, especialmente da energia elétrica, está ficando extremamente complicada a nossa manutenção da renda no campo", salienta. Na presença do governador Sartori, Dornelles aproveitou para pedir a agilidade das obras no Porto de Rio Grande que hoje emperram as exportações de arroz, já que o terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) está ocupado por uma empresa que realiza os reparos no local. Também agradeceu ao líder do executivo gaúcho em relação ao ao atendimento da demanda de que o setor indicasse os nomes para compor a diretoria do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). "Isso nos dará uma outra visão do nosso negócio. E o senhor não enxergará nenhum produtor de arroz de cabeça baixa, estão de orgulho erguido pela retomada da diretoria do Irga. E eles vão lhe dar resultado", ressalta.
No seu discurso, Sartori se disse alegre por assinar, em meio à Abertura Oficial da Colheita do Arroz, a nomeação da nova diretoria do Irga. Provocou os dirigentes empossados a investir em pesquisa para o setor. "Deve ser estabelecido um trabalho junto com a Emater, a Ceitec e a Embrapa cada vez melhorado não apenas para o arroz mas como também para toda a produção de grãos do Rio Grande do Sul. Acredito que eles encontrarão um caminho para este trabalho coletivo", afirma. O governador destaca que o novo ciclo de desenvolvimento precisa iniciar precisa de honestidade e clareza sobre as dificuldades financeiras que o Rio Grande do Sul está enfrentando. Mas avaliou que é preciso ir em frente e potencializar as conquistas gaúchas como o potencial agrícola que o Estado desenvolveu. "O evento de hoje é uma destas oportunidades de perceber que o povo gaúcho é um povo muito especial. Somos o maior produtor de arroz do Brasil. A cadeia do arroz mostra que estamos indo bem da porteira para dentro. Mas da porteira para fora as coisas precisam melhorar. Temos tarifas demais e infraestrutura de menos", reconhece. Durante a cerimônia, também foi divulgada a sede da 26ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que será realizada no município de Alegrete entre os dias 11 e 13 de fevereiro.
Foto: Flávio Burin/Federarroz/Divulgação