No ano de 2015, as cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul tiveram um acréscimo significativo no seu faturamento. Mesmo com um ano apertado em termos de custos de produção e problemas na última safra gaúcha de trigo, foram R$ 19,8 bilhões em um sistema que tem 290 mil associados e gera 32,5 mil empregos.
Na avaliação do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, atualmente há um número menor de cooperativas, mas com uma expressão maior em negócios. Acredita que a tendência é que se chegará na era da concentração de cooperativas, que é um fenômeno no Brasil como um todo, e no Rio Grande do Sul não é diferente. "Isso está fazendo com que elas cresçam cada vez mais e entrem forte na industrialização. Temos uma verticalização muito forte especialmente no leite e podemos evoluir em outros setores como esmagamento de soja, moinhos de trigo, produção de carne, entre outros. O mercado hoje requer produção em escala", salienta.
Para o próximo período, de acordo com Pires, é que haja um aumento do faturamento das cooperativas agropecuárias especialmente pelo crescimento de 16% da safra de soja do Rio Grande do Sul, onde o setor teve uma alta de 10% na participação da originação da oleaginosa. "Entretanto, este faturamento maior não representa obrigatoriamente resultados maiores, pois teremos a elevação dos custos de produção", observa.
O presidente da FecoAgro/RS lembra que o momento é de construção de propostas, pois hoje as cooperativas são as que mais investem em estruturas de armazenagem e assistência técnica principalmente para o pequeno produtor. O dirigente prega que estes investimentos sejam feitos por meio da inter cooperação para fortalecer o sistema. "Isto é a essência do cooperativismo, de convergir e cooperar para se fortalecer", ressalta.
Pires afirma que um dos desafios para 2015/2016 é construir junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário um programa de alavancagem financeira para as cooperativas da agricultura familiar para que não comprometam seus resultados operacionais e investimentos com custos financeiros elevados e dívida de curto prazo.