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  • FecoAgro-RS

Fortalecimento do dólar vai reaquecer preços da soja no mercado mundial


Uma atualização de mercado, cenário político e econômico e tecnologias foi feita ao público presente na vigésima-sétima edição do Fórum Nacional da Soja, realizado na manhã desta terça-feira, dia 8 de março, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). O evento é promovido pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do RioGrande do Sul (FecoAgro/RS) em parceria com a CCGL e a Cotrijal.

Na abertura, as autoridades ressaltaram os números divulgados pela Emater/RS pouco antes do evento. Dados da entidade apontam que a colheita do grão vai ultrapassar as 16 milhões de toneladas, obtendo novo recorde. O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, salientou também a importância dos debates que estão sendo feitos na Expodireto como forma de orientar os produtores e integrar as cadeias produtivas.

Em um dos momentos mais esperados do evento, o consultor da Agroconsult, André Pessôa, apresentou o trabalho que a consultoria vem realizando com o Rally da Safra, que terá seus resultados na soja divulgados no próximo dia 16 de março. Na avaliação do especialista, este foi um ano desafiador e que, mesmo com os problemas causados pelo El Niño trazendo excesso de chuva para o Sul e seca no centro do país, a safra será boa. "Em Sorriso, no Mato Grosso, encontramos produtividades de 15 sacas por hectare. Mas também encontramos lugares com 80 sacas por hectare", adverte.

Para Pessôa, este ano ainda foi de crescimento exponencial na área de soja no país, com grande contribuição do Rio Grande do Sul, onde a perspectiva da consultoria é de novos 300 mil hectares no Estado, especialmente na Metade Sul. Entretanto, em locais como o Mato Grosso e o Matopiba (composto por Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia), já há uma desaceleração do aumento de área de soja. "A razão não foi só o clima, mas a indisponibilidade de crédito fez com que os produtores se retraíssem", explica.

O consultor da Agroconsult espera que o ano seja de uma colheita de 101,1 milhões de toneladas com produtividade média de 50,7 sacas por hectare. Sobre preços, estima que haverá uma virada dos preços internacionais. Lembra que o dólar ficou mais caro perante a outras moedas no mundo. "Estamos na iminência de um processo real de recuperação de preços. Teremos um preço melhor, chegando entre US$ 10,00 e US$ 12,00 o bushel", prevê o especialista.

Como fator de influência no cenário do agronegócio, o gerente de Análise Econômica do Banco Cooperativo Sicredi, Pedro Lutz Ramos, traçou o Cenário Econômico e Perspectivas. Iniciou mostrando um panorama da economia mundial, especialmente as transformações que a China vem realizando em seus modelos econômicos que vem desacelerando o crescimento e optando por uma evolução mais modesta e a aposta em uma economia baseada no comércio e serviços. "Deveremos ter um ano ainda de grande volatilidade no mercado global", avalia.

Sobre a economia brasileira, Ramos lembrou dos incentivos de crédito entre 2011 e 2014, quando o país respondeu bem à crise global do momento. No entanto, o especialista acredita que a economia não conseguiu responder à oferta de bens e serviços da população. "Para mantermos este nível de consumo era 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015 o governo decidiu pelos ajustes econômicos com redução de subsidios, aumento de impostos e redução de gastos", analisa.

Na palestra técnica do Fórum Nacional da Soja, o professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Paulo Dejalma Zimmer, falou sobre o tema da construção de lavouras campeãs através da semente. O especialista afirmou que a produtividade da produção brasileira está estagnada na casa das 50 sacas por hectares. "Evoluimos em genética, em tecnologias e em outros temas, mas não conseguimos passar desta fase da produção", salienta.

Entusiasmado, Zimmer deixou como mensagem aos participantes que é possível chegar a 100 sacas por hectare e isso também passa pela produção de sementes. O especialista incentiva que o agricultor valorize sementes de qualidade ao invés de preço. "O conselho que eu dou para produtores e técnicos. Se acredito na tecnologia preciso me esforçar para convencer quem não conhece ainda", observa.

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