top of page
  • Foto do escritorAgroEffective

Programas auxiliam na promoção do setor produtivo da carne nos mercados interno e externo


O trabalho desenvolvido pelo Instituto Mato Grossense da Carne (Imac) e os avanços no setor foram relatados pelo diretor técnico operacional da entidade durante a 26ª edição do Prosa de Pecuária, live mensal do Instituto Desenvolve Pecuária realizada nesta terça-feira, dia 18 de julho. Com o tema “Mercado de carne com sustentabilidade: A experiência do Imac”, Bruno de Jesus Andrade destacou os objetivos e as ações do Instituto, criado em 2016 por uma lei estadual.


Andrade iniciou a sua fala ressaltando que o Imac tem como principal finalidade a promoção da cadeia produtiva da carne no estado de Mato Grosso para os consumidores de todo o país e para os mercados que importam o produto mato-grossense. “Hoje, o estado exporta a carne bovina para mais de 70 destinos, sendo o principal a China”, informou, colocando que estas vendas são realizadas considerando os valores do Imac, que são a sanidade do rebanho, a qualidade da carne produzida nas fazendas e processada nas indústrias frigoríficas do estado, a sustentabilidade e a transparência nas relações entre produtores, indústria e também no estado. “Os programas que estão sendo desenvolvidos no momento pelo Instituto têm como principal intuito atingir estes valores”, enfatizou.


O palestrante citou uma das ações do Imac já em execução que é o Programa de Reinserção e Monitoramento, uma plataforma eletrônica que auxilia os produtores no processo de readequação ambiental. Conforme Andrade, este programa foi criado para ajudar o pecuarista com problemas em relação ao desmatamento ilegal, que é uma das checagens socioambientais realizadas pelas indústrias frigoríficas instaladas no estado quando vão adquirir os animais para abate. “Uma série de checagens socioambientais foi estabelecida no Protocolo dos Fornecedores de Gado da Amazônia, produzido pelo Ministério Público Federal em parceria com diversas outras entidades. Não havia uma solução para oferecer ao pecuarista que caísse nessa malha fina, mas, agora, a partir do nosso programa ele consegue se readequar e acessar novamente essas unidades frigoríficas”, explicou.


Andrade também falou sobre o projeto Passaporte Verde, um programa de rastreabilidade e monitoramento socioambiental que visa promover no estado de Mato Grosso a originação de animais desde o nascimento até o abate, considerando o cumprimento de todos os critérios previstos pelo Protocolo unificado do Ministério Público Federal. “Com este Passaporte estamos oferecendo soluções de mercado para que o produtor possa comercializar os seus animais com a indústria frigorífica”, relatou Andrade, informando, que a partir de 2026 os frigoríficos irão fazer o controle dos critérios socioambientais, além dos seus fornecedores, também dos produtores de garrotes e bezerros.


Outro ponto destacado por Andrade foi a necessidade de melhorar a comunicação com os consumidores. A partir desta constatação surgiu o Observatório da Carne de Mato Grosso, um site que reúne diversas informações técnicas, produtivas, de mercado e sobre os resultados dos projetos do Imac, além de estudos técnicos e pesquisas que o Instituto financia. Segundo ele, o objetivo é auxiliar na produção de políticas públicas e também para que os importadores consigam ver como o estado está atingindo essa rastreabilidade socioambiental.


O diretor técnico operacional do Imac informou que existe um preconceito de que a carne produzida no Brasil é uma commodity e não tem uma qualidade acima da média do que é visto no mundo. Salientou que este pensamento é errado. “Há 11 anos em Mato Grosso tínhamos 5% dos animais sendo produzidos com até 24 meses de idade. No ano passado, o estado chegou a produzir mais de 25% dos animais com esta idade, o que foi um avanço muito grande. Os produtores investiram em genética, manejo e nutrição. Temos cerca de um terço dos animais sendo produzidos em sistemas de confinamento, assim como uma outra quantidade significativa sendo produzida em sistemas de semi-confinamento. Isso faz com que a gente antecipe a idade de abate desses animais, o que tem ajudado muito na produção de carne de qualidade”, colocou.


De acordo com Andrade, este preconceito com a carne brasileiro ficou muito claro durante viagens do Imac à China e Europa para realizar visitas a empresas importadoras. Percebemos um desconhecimento muito grande em relação ao trabalho que fazemos aqui, assim como a todos os nossos controles socioambientais. “Atualmente, de 85% a 90% dos animais abatidos em Mato Grosso passam por alguma checagem socioambiental. Então, posso afirmar, com toda a certeza, que tudo aquilo que exportamos para os mais de 70 países foi verificado sobre os critérios do Protocolo Unificado do Ministério Público Federal. A grande questão é que esta informação não chega para os mercados da China e da Europa. Portanto, falta melhorar essa comunicação e quem precisa fazer isso é o setor produtivo da carne”, garantiu.


Para o mercado interno, Andrade disse que o Imac também tem uma estratégia de comunicação que se chama MT Steak. “Trata-se de um corte bovino inovador que estamos criando a partir de um concurso rural que foi aberto no ano passado. O projeto está conseguindo o engajamento de churrasqueiros, de chefes de cozinha e do próprio setor”, informou.


Outro projeto do Imac visando a promoção do setor, é o Portal da Carne que busca criar uma plataforma para unir o varejo com a indústria frigorífica. “Vamos possibilitar que os frigoríficos ofereçam os seus produtos para que os açougues possam fazer cotações e originar produto e, a partir dessa plataforma, iniciar o processo de negociação. Ela também oferece treinamentos e cursos na área de boas práticas de produção e marketing. A expectativa é que entre em operação em 90 dias”, finalizou.

bottom of page