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Vitrines tecnológicas apresentam as últimas novidades às lavouras de grãos em terras baixas


A área destinada às vitrines tecnológicas são uma atração à parte durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, realizada até sexta-feira, 23 de fevereiro, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS). Com visitação guiada pela manhã, a partir das 7h30min, e livre à tarde, até às 16h, no local estão demonstradas as últimas novidades em tecnologias para a lavoura de arroz e demais grãos.


“Nossas vitrines no evento, mais uma vez, estão buscando o que há de melhor disponível hoje para a produção de grãos em terras baixas, não só do arroz”, destacou o diretor técnico da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o engenheiro agrônomo André Matos. Segundo ele, o espaço tem a presença de empresas de melhoramento genético, de proteção de cultivos de arroz, soja, milho e de pastagens, em um roteiro de muita informação, onde o produtor pode trocar experiências com pesquisadores das áreas privada e pública.


As vitrines contam ainda, com as principais universidades gaúchas, Epagri, além é claro, do Irga e Embrapa. “São mais de 40 vitrines tecnológicas disponíveis num roteiro onde o produtor consegue ver todos os passos da produção em terras baixas, da semente à proteção de cultivos”, ressaltou Matos.


Além das áreas demonstrativas do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e Embrapa, estão presentes as principais empresas de agroinsumos e também de produtos biológicos, uma tendência das lavouras atuais, que estão migrando à utilização destes produtos, menos agressivos ao meio ambiente, informou o coordenador regional do Irga Zona Sul, engenheiro agrônomo Igor Kohls.


Segundo ele, os produtos biológicos têm sua maior eficiência em ambientes de rotação de culturas. “No monocultivo não se obteve sucesso”, disse. Na Zona Sul, em que 70% do arroz é cultivado em rotação com a soja, há as condições necessárias para que os produtos biológicos sobrevivam e cumpram o seu papel na proteção contra doenças e insetos, informou o agrônomo.


O Irga apresenta durante o evento, sistemas de produção integrada em terras baixas, onde se encaixa além do arroz, a soja, o milho e as coberturas de inverno. “O nosso carro-chefe ainda é o arroz, mas se sabe que o grão sozinho impossibilita uma maior rentabilidade na lavoura”, ressaltou.


No arroz, o foco é o programa de melhoramento do Irga, com demonstrações das três cultivares mais utilizadas nas lavouras do Estado, a 424 RI, presente em mais de 60% da área, a 431 e a 426 lançadas na safra passada, todos com tecnologia Clearfield. Estão sendo apresentadas ainda outras três linhagens, uma delas a cultivar Irga 432, lançada nesta abertura, que possui um material de ciclo mais precoce e deve proporcionar a diversificação no escalonamento da colheita.

Além destes, outros dois materiais estão em estágio avançado no programa de melhoramento, observou Kohls.


“Provavelmente, no ano que vem, um deles, se aprovado nos últimos ensaios, de cocção e brusone, deve se tornar cultivar”. Ainda na área de melhoramento, são apresentados os benefícios do sistema integrado do cultivo do arroz, após a rotação de culturas normalmente com a soja e a questão da sustentabilidade. “Com área menor, estamos conseguindo manter a produção sem risco de desabastecimento e poluindo menos o ambiente, ou seja com menos emissão de CO2”, ressaltou.


O milho também está incluso na rotação de culturas, trabalho realizado pelo Irga há mais de dez anos com experimentos em terras baixas. “É apresentado um material considerado um dos melhores em produtividade em ensaios na estação de Santa Vitória do Palmar, com diferentes níveis de adubação ao produtor que pretende entrar na cultura e precisa saber até que ponto pode investir", colocou o agrônomo. “Em sistema de camalhão e irrigação, pode ser explorado todo o potencial genético do material e com adubação pesada”, disse.


Na soja, é apresentada a importância da variabilidade genética para as terras baixas, que têm como grande gargalo hoje, a drenagem. “O Irga vem testando há algum tempo o comportamento dos materiais de outras empresas em relação ao excesso hídrico”, informou, ressaltando que são apresentados três materiais, um suscetível, um intermediário e outro tolerante. “Uma das parcelas foi inundada por seis dias e a tolerante foi a única que sobreviveu. As outras duas não tiveram bom desenvolvimento e morreram”, ressaltou Igor Kohls.


O Irga está presente também na área de 0,8 hectare, colhida na quinta-feira, 22 de fevereiro, durante o ato oficial de abertura da colheita. Metade da área foi semeada com a variedade Irga 426, lançada no ano passado e disponível já este ano aos produtores. A outra metade está semeada com a variedade da Embrapa BRS Pampa CL.


Forrageiras em destaque nas vitrines da Embrapa


A Embrapa, além das lavouras de grãos, como arroz e soja, dedicou especial atenção nesta edição às forrageiras. De acordo com o engenheiro agrícola da Embrapa, Sergio Bender, está sendo apresentado um portfólio de tecnologias pensando em resolver o problema dos produtores que se dedicam à pecuária de corte ou leite e têm dificuldade de produzir comida. “A pecuária pode não ser a mais rentável das atividades, mas é a mais estável”, salientou. Nos grãos, a soja vem associada ao uso da tecnologia do sulco-camalhão como forma de drenar e irrigar para o plantio.


Os materiais forrageiros apresentados vêm dos programas de melhoramento da Embrapa nas unidades do Acre, Gado de Leite, Corte, Milho e Sorgo, Pecuária Sul, Clima Temperado e Trigo, regiões que têm trabalho com forrageiras e buscam mostrar as possibilidades para a janela de plantio de fevereiro. “A pastagem além de alimentar os animais, ajuda a melhorar a condição do solo. Eles vão devolver 90% do que consomem através do esterco e urina, estratégia importante para agregar valor ao negócio”, salientou.


Bender citou como exemplo as pastagens perenes tropicais que têm a capacidade de ofertar pasto de outubro a maio, justamente na mesma janela da produção de grãos. A opção é escolher área menor com um investimento para três a cinco anos na rotação com grãos, já que ajudam no controle do arroz vermelho, hematóide da soja, ciclagem de nutrientes. Nas áreas de lavoura que têm soja, milho e arroz, são mostradas as opções à época de inverno, como o azevém, os trigos e os trevos.


Os capins, como o Curumi e Elefante, são mais difíceis de serem plantados, porque são feitos com mudas. Para solucionar este problema, está sendo apresentada uma plantadeira, modelo criado pelo produtor de Piratini (RS), Joaquim Kurz, para ajudar o produtor no plantio de mudas. O lançamento deve ocorrer em março na Expoagro Afubra.


Também é apresentada a Campo Limpo, através da Embrapa e empresa parceira, máquina que aplica o herbicida por contato. Ela faz a seleção das invasoras, como o anoni, permitindo a aplicação do herbicida seletivamente e melhoria do campo nativo.

A 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federarroz e correalização da Embrapa e do Senar, com patrocínio Premium do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Informações e inscrições gratuitas podem ser obtidas pelo site colheitadoarroz.com.br.


Foto: Carlos Queiroz/Divulgação

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