Carne de búfalo ganha destaque no XVII Encontro Brasileiro de Bubalinocultores em Fortaleza
- Rejane Costa
- há 14 minutos
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O XVII Encontro Brasileiro de Bubalinocultores ocorre de 4 a 7 de novembro, em Fortaleza (CE), e na programação dos dias 5 e 6 a carne de búfalo estará entre os temas a serem abordados. Ao todo, serão quatro dias de conhecimento, networking e experiências únicas reunindo criadores, pesquisadores e interessados no setor.
Na quarta-feira, dia 5, pela manhã, o professor doutor Ricardo Pessoa, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, irá falar sobre “Os desafios para a produção e comercialização da carne de búfalo no Brasil". O país tem o maior rebanho de búfalo das Américas e, de acordo com Pessoa, a espécie é muitas vezes desconhecida pois quase a totalidade da carne bubalina é comercializada como carne bovina. “Nós precisamos superar esse desafio, até porque possuímos uma proteína de altíssima qualidade que não tem tido a oportunidade de chegar à mesa das pessoas com a sua identidade”, alerta.
Em sua palestra, Pessoa vai destacar que a carne bubalina poderá suprir a necessidade de muitas pessoas que passam por alguma restrição devido a protocolos de tratamento de doenças, por exemplo, ou protocolos de treinamento físico. “Nós temos um produto ímpar em nossas mãos que precisa ser melhor divulgado, melhor conhecido e melhor trabalhado. E o encontro em Fortaleza será a oportunidade de debatermos todas estas questões e de construir estratégias para que possamos crescer”, enfatiza.
No dia 6, quinta-feira, no final da manhã, o criador Rogério Gonçalves, de Rosário do Sul (RS), fará uma palestra com o tema “Verticalização na cadeia da carne de búfalo: a marca Baby Buf Premium”. Proprietário da Estância Guará, localizada na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, Gonçalves coloca que a propriedade faz parte da região do Bioma Pampa, onde são trabalhadas a recria e a engorda de búfalos, novilhos e novilhas. “Nós compramos de produtores parceiros que nos entregam os terneiros após o desmame, e partir disso os preparamos para ter peso de 420 quilos”, informa.
Em sua fala no encontro, Gonçalves vai explicar como é realizado todo o processo com a carne. Segundo ele, após os animais adquirirem o peso pretendido, são enviados para o frigorífico, onde é feito o abate, o porcionamento e a embalagem a vácuo dos cortes que são de maior valor agregado. O restante da carne vai para uma indústria onde é transformado em linguiça e hambúrguer. “Trabalhamos esses búfalos animais em pastagens melhoradas com sistema de irrigação por pivô central, o que nos possibilita produzir animais jovens com, no máximo, 20/22 meses, e um bom acabamento de gordura para obtermos cortes homogêneos, não muito avantajados em tamanho, ou seja, cortes pequenos”, observa.
O criador de Rosário do Sul complementa informando que estes cortes são destinados para os mercados da capital gaúcha, Porto Alegre, e Caxias do Sul, na Serra. “É uma carne de excelente qualidade e muito saudável”, ressalta.
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