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Semana Arrozeira abre com temas sobre mercado e perspectiva do clima para a safra 2023


A abertura oficial da 14ª Semana Arrozeira de Alegrete ocorreu nesta terça-feira, 30 de maio, com homenagem ao grupo de exportadores 2022 e palestras do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, e do meteorologista Luiz Carlos Molion. O evento promovido pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, com o tema “Novos Mercados e Políticas Públicas para o futuro da Lavoura Arrozeira”, segue até o próximo dia 3 de junho no Parque de Exposições Dr. Lauro Dornelles e no CTG Farroupilha.


O presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Gustavo Thompson Flores, abriu a programação afirmando que o Rio Grande do Sul produz 75% do arroz brasileiro e que a escolha dos temas do evento foi pertinente ao momento vivido. Lembrou os dois anos de seca que o Estado enfrentou, além da pandemia. “O atual momento nos exige muita atenção nas decisões a serem tomadas para podermos administrar os nossos negócios, a nossa vida financeira e o desgaste psicológico ocasionado pelas muitas variações enfrentadas”, observou, agradecendo a parceria de toda a diretoria da entidade.


Thompson Flores disse, ainda, que a Associação continua trabalhando intensamente no fomento à exportação de arroz por ser um meio de equalizar a produção com a demanda e, consequentemente, ter um melhor equilíbrio nos preços. “Temos consciência que a segurança alimentar do povo brasileiro está garantida, pois o que exportamos é o excedente da produção”, ressaltou.


Na primeira palestra da noite, o presidente da Federarroz falou sobre “Mercados importadores, como o produtor pode posicionar-se”, tendo como moderador o agrônomo e produtor rural Lucas Di Napoli. Alexandre Velho iniciou a sua fala colocando também a questão da gestão na empresa rural por entender que é muito importante para o negócio. Citou como exemplo o trabalho de parceria da empresa e sementes Cavalhada, localizada em Palmares do Sul (RS). Velho destacou a evolução no trabalho com uma gestão forte na parte operacional, de máquinas e mão de obra, buscando baratear a mão de obra. “A intensificação do sistema de produção agrícola veio para ficar e vamos continuar buscando alternativas”, afirmou, colocando que os desafios não são poucos, mas é preciso “fazer a nossa parte da porteira para dentro”.


De acordo com Velho, o trabalho de rotação de cultura vem trazendo uma melhoria no sistema de produção na empresa, com níveis de produtividade perto da lagoa e do mar, parecido com o que ocorre na Fronteira Oeste em tempos normais. “Temos uma operação em conjunto e com isso veio uma expansão que nos obrigou a melhorar o controle do nosso negócio”, disse.


Sobre a questão de mercado, Velho pontuou que é preciso tirar de 10% a 20% do que é produzido para o mercado externo para trazer uma referência ao mercado interno. “O mercado interno olha o porto que também olha o mercado interno. Então, quando se faz um movimento como esse, os produtores entrando na exportação, nós temos com isso uma referência ao mercado interno e, com certeza, isso faz uma diferença muito grande”, salientou. O dirigente enfatizou que existe uma dependência do câmbio, mas a demanda tem, inclusive há uma demanda bem considerável já para o mês de junho com relação à exportação.


Em relação à safra 2023/2024, Velho afirmou que é preciso ter cuidado com o aumento de áreas, fazer a atualização dos custos de produção e não pagar arrendamento muito caro. Ao finalizar a sua palestra, o presidente da Federarroz citou a importância do setor. “Em anos de pandemia, nós, produtores gaúchos, garantimos a segurança alimentar brasileira. Não faltou arroz no supermercado. A indústria gaúcha e brasileira não quer trazer arroz de fora, mas usar o nosso arroz que é reconhecido e exportado para mais de 100 países, é um produto livre de resíduos, atestado pela Anvisa”, colocou, lembrando que é necessário intensificar os pleitos junto aos governos federal e estadual.

A segunda e última palestra da noite foi proferida pelo meteorologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, com o tema "Perspectiva do clima para a safra 2023 e suas tendências para os próximos 15 anos”. A moderação foi de Gilberto Pilecco. Conforme Molion, o ano de 2022 foi excepcionalmente ruim no Sul, enquanto que no Norte e Nordeste foi exatamente ao contrário, com um acumulado de chuva praticamente secular. "Esperava-se que chovesse 680 milímetros, mas choveu apenas 500 milímetros.Chegaram a ocorrer chuvas boas acima de 15/20 milímetros mas, na realidade, em média, não conseguiu água suficiente para levar aos plantios”, explicou.


O meteorologista abordou a questão do El Niño que tem uma previsão oficial de ser potencialmente forte. No entanto, disse que a probabilidade de ser um super fenômeno climático a partir de julho, agosto e setembro está entre 53% e 54%. “Não há fundamento científico para essa previsão de super El Niño porque tudo é modelo”, afirmou. Segundo Molion, poderemos ter águas aquecidas mas que não irão interferir na chuva neste ano. “Por similaridade ao ano de 2008, 2023 terá chuvas abaixo da média com - 25%, com um acumulado de 1.100 milímetros. E para os próximos 15 anos, a previsão é de totais anuais um pouco abaixo da média atual, de 10% a -20%, com menor frequência de El Niños fortes”, finalizou.

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