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  • AgroEffective/Carlos Cogo Consultoria

Custos para a próxima safra podem subir até 22,7%


Os custos de produção dos grãos para a safra 2015/2016, em reais, devem aumentar entre 18,4% e 22,7% em relação ao ano-safra atual (2014/2015), dependendo da cultura. É o que apresenta a projeção contida em relatório da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. O objetivo do estudo é avaliar o impacto da desvalorização do real sobre os custos de produção e as margens de lucratividade dos cultivos de grãos, nas principais regiões produtoras do Brasil.

A análise depende do grau de “dolarização” dos custos de cada cultivo. Em dólares, os valores ficarão menores na próxima safra, uma vez que as aquisições de insumos e demais despesas do período atual, que está na fase de colheita, foram efetuadas a uma taxa média de câmbio de R$ 2,28. "Citamos o custo de produção da soja em 2015/2016, estimado em R$ 2.863,65 por hectare na região dos Cerrados, 22,7% acima dos R$ 2.333,47 em 2014/2015, com lucratividade de apenas 2,5% sobre o custo total. Já em dólares, o custo está estimado em US$ 954,55 por hectare em 2015/2016, contra US$ 1.023,45 em 2014/2015.", estima Carlos Cogo, sócio diretor da consultoria.

O especialista lembra que as projeções são preliminares, uma vez que ainda não estão precisamente definidos os preços de diversos insumos importantes para a composição dos custos, como, por exemplo, fertilizantes e defensivos, em decorrência da acentuada volatilidade do câmbio em 2015 e da escassez de recursos de pré-custeio no sistema financeiro – e que inviabiliza a compra antecipada de insumos para a temporada 2015/2016. "O pacote de insumos básicos como sementes, fertilizantes e defensivos, entre outros, responde por 58% a 65% dos custos de produção dos grãos no Brasil", reforça.

Cogo explica que, em média, 72% das matérias primas necessárias à produção de fertilizantes e defensivos são importadas no Brasil e que dessa forma a alta da taxa cambial impacta diretamente sobre esses insumos. O consultor afirma que a alta acumulada de 24% do dólar em 2015 deve ser integralmente repassada aos custos para fabricação e produção e, portanto, aos preços destes insumos. "Além da pressão da alta do dólar sobre os preços dos insumos para a temporada 2015/2016, os custos de produção também sofrerão o impacto do reajuste das tarifas de energia, do óleo diesel, recomposição dos preços dos fretes, aumento dos custos com irrigação, da elevação das despesas com mão de obra e da alta das taxas de juros do crédito rural", projeta.

O estudo avaliou a situação das culturas da soja, trigo, milho, arroz, feijão e algodão nas diferentes regiões de produção do Brasil.

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